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LADRÕES DA INFÂNCIA , roubamos da criança

Você conhece quais são os ladrões da infância?

O modo como a sociedade contemporânea se organizou, tem roubado da infância atributos e valores preciosos que pouco a pouco estão a esvaziar e enfraquecer a potência da primeira infância.

Hoje vemos entre a população infantil o decréscimo da força muscular pela falta de atividade física; a falta de equilíbrio corporal, pelo predomínio de pisos lisos, cimentados que oferecem pouca oportunidade de instabilidade na movimentação do corpo; a redução da mobilidade pela insegurança e violência urbana; a obesidade infantil, associada a inatividade física e maus hábitos alimentares; a deficiência de vitamina D, pela baixa exposição ao sol por conta do emparedamento das crianças; o aumento de incidência de miopia, pelo uso abusivo das telas; entre outras ocorrências que têm causado prejuízos ao desenvolvimento integral da criança.

A primeira infância, que vai do 0 aos 7 anos de idade, é uma etapa fundamental para o desenvolvimento humano. É o tempo em que formamos nossas raízes para depois criarmos as asas e irmos para o mundo. As experiências, os estímulos e as interações que acontecem nessa fase geram impactos para toda a vida. O que acontece nesta etapa da vida tem reflexos ao longo de toda a trajetória humana.



De acordo com o projeto aprovado, PL 2.034/2021, agosto será agora um mês focado na conscientização da sociedade sobre a importância da primeira infância, à atenção integral às gestantes, às crianças e suas famílias em todo o território nacional, um período de ênfase em ações e políticas que promovam vínculos afetivos, nutrição saudável, importância da imunização, do direito de brincar e de prevenção de acidentes e doenças. (Fonte: Fundação Maria Cecília Souto Vidigal)

Como esse é um dos pilares do meu trabalho aqui no Educando Tudo Muda, que este mês completa sete anos de existência, quero compartilhar um texto para reflexão sobre os Ladrões da Infância para que possamos impulsionar mudanças em prol do resgate da força da infância.

LADRÕES DA INFÂNCIA

Roubamos da infância o tempo da pausa para o divagar da vida – momento potente em que surgem as brincadeiras que vêm da imaginação, que nascem no íntimo, a partir de demandas da individualidade, como expressão da singularidade do ser e que possibilitam o aflorar da criatividade da criança.

Substituímos o tempo da espera, da vivência das etapas do preparo de cada coisa, pela pressa, pelo imediatismo. O fogo não trepida mais entre as panelas nas cozinhas espalhando o cheiro bom dos temperos pela casa no preparo das refeições. Foi trocado por poucos minutos da facilidade do micro-ondas, que leva ao prato a comida aquecida.

Trocamos o pausar da vida, as horas do dolce far niente, pelas aulas extras curriculares, que ocupam todo o tempo da criança. Os estímulos externos criados artificialmente pelos adultos com o intuito de acelerar o desenvolvimento infantil, anulam o que a criança tem de mais precioso que é sua motivação interna, alimentada por sua curiosidade inata.

O TEMPO DA NATUREZA É UM TEMPO DA ESPERA, DA VIVÊNCIA DE PROCESSOS

Roubamos da infância os espaços ao ar livre – a rua, os terrenos baldios da vizinhança, a pracinha, onde a gurizada se encontrava para explorações, descobertas e para viver pequenas travessuras sadias, ou mesmo cair, ralar o joelho, voltar prá casa chorando, e perceber o processo de cicatrização do ferimento nos dias subsequentes.

Roubamos da infância a natureza, como território lúdico e educador, lugar de pisar na terra, subir em árvores, comer fruta do pé, se esconder entre arbustos, crescer livre aprendendo com seus pares e aprendendo a amar a terra.

Roubamos da infância a relação com o mundo vivo que exala aromas, tem diversidade de sabores, sons, texturas, temperaturas e pesos, para propiciar às crianças uma pseudo segurança do entretenimento das telas dos smarthphones, tablets, televisão, etc, que furtam a vida real e oferecem a frieza do mundo virtual.

Deixamo-nos enganar, pois as interações virtuais jamais substituirão o valor do convívio social, a conversa olho no olho, a sensibilidade do toque e o calor do abraço. Esta é a dimensão do real e do humano capaz de acolher e preencher a vida da criança.


O modo mais eficaz de conectar as crianças com a natureza é também conectar-se à natureza. Se as crianças perceberem um verdadeiro entusiasmo nos adultos, vão se apropriar desse interesse.”
Richard Louv*

A RELAÇÃO COM A NATUREZA INTENSIFICA A VIDA

Roubamos da infância a oportunidade de inventar e construir seus próprios brinquedos e brincadeiras com achados do quintal: gravetos, sementes, cascas, e utensílios da casa, para colocar nas mãos das crianças os brinquedos prontos, industrializados, que tornam a criança um ser passivo diante deles.

É preciso entender que os brinquedos prontos eliminam o processo de criação e construção pela criança, produzindo um vazio, uma sensação constante de insatisfação e frustração, levando a criança a querer e pedir sempre mais, na ânsia de se sentir saciada.

Quando oferecemos a oportunidade à criança de criar e construir seus brinquedos, estamos colaborando para o desenvolvimento de competências que serão exigidas na vida adulta, sem saber que a concentração manifestada durante o brincar livre corresponde à mesma que será empregada em atividades profissionais no futuro.

Roubamos da infância a liberdade de escolher com o que brincar, como brincar e com quem. Brinquedos e brincadeiras são partes de uma construção autoral, elaborada por meio de um processo espontâneo e autêntico de cada criança. As crianças tem seus próprios interesses e narrativas pessoais, estão imbuídas de desejos que necessitam de liberdade de criação e expressão. A centralização e super proteção do adulto inibe o fluir natural do brincar.

LEIA TAMBÉM: SABOTADORES DA INFÂNCIA

Precisamos enfrentar esses ladrões da infância. O resgate da potência da infância passa pela revisão de dimensões temporais, espaciais, de saberes ancestrais e fazeres manuais lúdicos e artísticos, e da liberdade. É necessário rever o quando, o onde, o como, e o que oferecemos às crianças para que possamos redirecionar a trajetória rumo à saúde das nossas crianças, garantia de um mundo melhor.

Abraço fraterno

Ana Lúcia Machado

*Richard Louv, autor do livro ‘A última criança na natureza’

O MAIOR BRINQUEDO DO MUNDO

maior brinquedo

Você conhece o maior brinquedo do mundo? Sabia que o graveto é considerado o maior brinquedo do mundo segundo uma pesquisa de 2013 da Universidade do Colorado? Quem nunca se deparou com uma criança brincando com gravetos num parque? Quem nunca voltou de um passeio ao ar livre com uma criança carregada de gravetos? Quem nunca brincou com gravetos na infância? Já parou para pensar em quantos brinquedos diferentes um simples graveto pode se transformar nas mãos das crianças?

Desde que publiquei o livro ‘A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra’, venho observando a relação das crianças com os gravetos em suas brincadeiras e pesquisando o potencial lúdico e artístico desse elemento natural. Na história da Turma da Floresta, os gravetos se transformam em espada, varinha mágica, cavalos, vara de pescar, e muitos outros brinquedos e brincadeiras nas aventuras da criançada no parque.

Quando falamos sobre as brincadeiras infantis, estamos falando da potência do agir da criança, falamos de uma criança ativa, criativa e protagonista. Brincar é algo dinâmico e para as crianças tudo pode ser brinquedo.

Quando falamos sobre brincar com gravetos, ampliamos as possibilidades do universo lúdico infantil. Aos olhos da criança o graveto não é um galho de árvore apenas. Como a criança vê o graveto?

Para as crianças os elementos da natureza são versáteis e podem ser transformados durante as brincadeiras, por meio do faz de conta, e da construção de brinquedos. É assim que elas conhecem a si mesmas, interagem com seus pares e apreendem o mundo. É desta forma que desenvolvem o pensar criativo também, fazendo dos materiais não estruturados laboratório de experimentos e pesquisas lúdicas.

O graveto é um material aberto, isto significa que ele pode assumir os mais variados usos e funções nas brincadeiras infantis. Aos olhos das crianças os gravetos são brinquedos! Eles estão sempre disponíveis para virarem outra coisa nas mãos delas.

Os gravetos são diferentes um do outro. De acordo com sua forma, espessura, comprimento, etc, as crianças vão atribuindo significados particulares a cada graveto encontrado. De bengala vira rapidamente um ponto de exclamação tornando se o maior brinquedo do mundo! É a natureza pedindo para entrar na brincadeira também!

O que faz do graveto um material tão atrativo aos olhos das crianças e tão mágico em suas mãos? Em contato com este material, a imaginação é alimentada, acionando a criatividade e desencadeando a produção de brinquedos e brincadeiras pelas crianças.

Além do potencial lúdico, o graveto aguça a sensibilidade para as possibilidades artísticas da natureza. Muitos artistas utilizam troncos de árvores e gravetos como matéria prima de suas obras, tais como o escultor sergipano Cícero Alves da Silva, conhecido como Véio, ou ainda a artista plástica Leani Ruschel, que aproveita a derrubada de árvores, a poda de plantas e faz deles a base de sua arte.

POR QUE O GRAVETO É O MAIOR BRINQUEDO DO MUNDO?

Em primeiro lugar pela facilidade de acesso a esse elemento da natureza e sua gratuidade, e ainda porque o graveto:

– permite que a criança seja ativa e não uma expectadora diante dele

– provoca a imaginação criadora da criança

– abre possibilidades de atuação da criança, com a criação de brinquedos e brincadeiras

Ele se transforma no que a criança quiser!

COMO BRINCAR COM O MAIOR BRINQUEDO DO MUNDO?

-Encontre um lugar para explorar: um parque, uma praça, um jardim

-Procure por gravetos

-Use-os para fazer círculos, espirais, criar padrões como de uma mandala, empilhar, etc

Você pode fazer uma coleção de gravetos e experimentar criar muitas brincadeiras e brinquedos. Confira algumas possibilidades:

JOGO DA VELHA

Um jogo popular muito antigo, datado do século XIV antes de Cristo, no Egito, que tem como objetivo posicionar as peças de modo que formem uma linha reta. É um jogo simples e rápido.

Formam-se duplas para a brincadeira. Os gravetos são dispostos em uma superfície plana de modo que formem três linhas e três colunas. Cada criança escolhe um único símbolo (pedrinhas ou folhinhas). Os espaços em branco dessas linhas e colunas serão preenchidos com o símbolo escolhido. O objetivo é preencher as linhas diagonais ou as horizontais ou as verticais com um mesmo símbolo e impedir que a criança parceira faça isso primeiro.

Materiais necessários: 4 pedaços de gravetos, 5 pedrinhas, 5 folhinhas

JOGO DE EMPILHAR

Um jogo divertido em que cada participante coloca um graveto sobre o outro para formar uma torre.

O jogo começa com uma dupla de gravetos sobre uma superfície plana dispostos um ao lado do outro numa distância de uns 5 cm. Cada criança deverá acrescentar um graveto com o objetivo de levantar uma torre. O desafio é colocar com cuidado cada graveto para que a torre não desmorone.

Materiais necessários: vários gravetos mais ou menos do mesmo comprimento e espessura.

PINTURA DE GRAVETOS

Criação de duendes guardiões da natureza para espalhar no ambiente externo da casa – na grama do jardim ou num pedacinho de terra do quintal, e também em vasos de plantas da área interna da casa

Materiais necessários: vários gravetos, tinta e pincel.


Então, vamos transformar gravetos em possibilidades brincantes? O graveto pode transcender o objeto e virar verbo, ação – vamos gravetar com as crianças? É só deixar a imaginação voar e desfrutar do maior brinquedo do mundo!

Aproveito para fazer um convite: dia 25/08 às 19h30 acontecerá o ESTUDO INFINITUDES DO GRAVETO – UM BRINQUEDO POR NATUREZA

Participe, faça sua inscrição até o dia 19/08 e aplique cupom promocional estudoetm

Eu espero você!

Abraços brincantes

Ana Lúcia Machado

O começo da vida 2: Lá Fora – Criança e Natureza

O documentário ‘O começo da vida 2: Lá Fora‘ estreou em novembro e mostra como a conexão com a natureza pode revolucionar o mundo.

No decorrer do processo evolutivo, os seres humanos estiveram imersos na natureza e seus corpos adaptados à ela. A fisiologia humana reconhece a natureza como casa e responde de maneira favorável quando  em contato com ambientes naturais. No entanto, em 2050, estima-se que 66% da população mundial estará concentrada em áreas urbanas. No Brasil este percentual já está na ordem de 84%.

Somos cada vez mais atraídos pelo mundo criado pelo homem  e sofremos as consequências do afastamento  da natureza. As crianças são as mais prejudicadas com o desequilíbrio causado pelo estilo de vida atual. Elas passam 90% do seu tempo em locais fechados – em casa, em frente da televisão, jogando vídeo games, dentro de salas de aula nas escolas, em shoppings, dentro de automóveis ou transporte público.

As doenças relacionadas à vida moderna tornaram-se um problema social à escala global: obesidade, miopia, déficit de atenção, ansiedade e até mesmo depressão e já não perdoam nem mesmo as crianças.

Felizmente, aos poucos a sociedade está despertando para a necessidade de equilibrar esta balança voltando se para o mundo natural, um ambiente que nos é familiar há milhões de anos.

O COMEÇO DA VIDA 2: LÁ FORA

Existe uma mudança em curso – um movimento de retorno à natureza que está se espalhando pelo mundo. Esse movimento ganhou  um reforço muito expressivo –  o filme ‘O Começo da Vida 2: Lá Fora’.

Trata-se de um documentário que aborda as consequências da falta de natureza no cotidiano das crianças e adolescentes e que alerta sobre a urgência de transformarmos as cidades e escolas em espaços mais verdes e amigáveis à infância.

O Começo da Vida 2: Lá Fora pode ser visto na Netflix e nas principais plataformas digitais (iTunes, Google Play, Youtube, Videocamp, Net Now e Vivo Play).

O documentário é a continuação da franquia de “O Começo da Vida”, lançado globalmente em 2016. Este novo capítulo mostra os benefícios do contato com a natureza no desenvolvimento das crianças, por meio da fala de especialistas e pensadores das áreas de meio ambiente e infância como a Dra. Jane Goodall e o jornalista e escritor Richard Louv, autor do livro ‘A última criança na natureza’.

O Começo da Vida (2016) traduz um conceito muito importante de que ‘a criança se desenvolve a partir da sua genética e a partir das suas interações com o meio’. O Começo da Vida 2: Lá Fora se aprofunda numa questão muito importante, vital para nosso futuro, que é a relação com a natureza – que no fundo é a relação consigo mesmo, porque nós somos a natureza”, diz Estela Renner, co-fundadora da Maria Farinha Filmes e produtora.

O começo da vida 2; Lá foraO projeto teve patrocínio do Instituto Alana e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, e apoio Institucional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Bernard van Leer, Programa Criança e Natureza, Children & Nature Network – C&NN, FEMSA Foundation e United Way.  O lançamento do documentário contou com uma Rede de Impacto formada por mais de 100 instituições e indivíduos conectados com o tema, entre essas organizações, o Educando Tudo Muda.

 

“O Instituto Alana acredita muito na importância do audiovisual, de engajamento, de sensibilização, de gerar reflexão na sociedade. A gente também acredita que o cinema é uma ferramenta muito importante de transformação, porque de fato ele toca as pessoas”, diz Laís Fleury, coordenadora do programa Criança e Natureza do Instituto Alana.

“ESSE FILME QUE ESTÁ MUITO ALINHADO  COM O QUE ACREDITAMOS E COM AS NOSSAS DIRETRIZES DE HONRAR A INFÂNCIA E COLABORAR COM UMA INFÂNCIA RICA EM NATUREZA, BOA E SAUDÁVEL PARA TODAS AS CRIANÇAS.”  Laís Fleury

 

“Um dos grandes desafios que a gente vive hoje, ainda mais na pandemia, é o desafio da solidão. As crianças, os adolescentes, estão muito sozinhos e eles encontram na tela uma companhia que pode ajudar muito, pode fazer sentido, mas pode ser uma companhia vazia e que só agrava mais esse sentimento de não pertencimento”, reflete Estela Renner.

“Criarmos vínculos através de afeto, de cuidado, através do cultivo de uma planta que você e seu filho plantam juntos, por exemplo. Está muito mais dentro de nós do que imaginamos, essa vontade de verde, de conexão. E é através do vínculo que encontramos nossos sentidos, nossa plenitude. Então, parece ser muito pequeno plantar alguma coisa em casa, mas pode ter um mundo ali dentro”. Encerra Estela Renner.

“ENQUANTO NÃO NOS ENXERGARMOS PARTE DO MEIO AMBIENTE E SIM COMO DOMINADORES DA NATUREZA, EU ACHO QUE NOSSO FUTURO NÃO SERÁ MUITO SALUBRE.” Estela Renner

 

LEIA TAMBÉM: Como estimular a conexão com a natureza no dia a dia da criança

Acessibilidade

Mantendo o compromisso de democratização do acesso da produtora e da distribuidora, também é possível assistir ao filme organizando uma exibição pública pelo VIDEOCAMP com recursos de legendas, legendas descritivas – closed caption, audiodescrição e linguagem de sinais em português, inglês, espanhol.

No VIDEOCAMP, o filme conta com recursos de legendas (português, inglês e espanhol), dublagem (português), legendas descritivas – closed caption (português, inglês e espanhol), audiodescrição (português, inglês e espanhol) e linguagem de sinais (LIBRAS – linguagem brasileira de sinais, ISL – international sign language, LSE – lengua de signos española).

 

Assista trailer oficial do filme AQUI

 

Abraço e saúde

Ana Lúcia Machado

 

 

LIVRO DO EDUCADOR BRINCANDO COM A NATUREZA – EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA INFÂNCIA

Livro do Educador brincando com a natureza

Este é o Livro do Educador – brincando com a natureza da Turma da Floresta, que acaba de ser lançado.

Livro do educador brincando com a naturezaInspirado na história do livro ‘A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra’, lançado em setembro de 2019, esta nova publicação é um convite à prática de um brincar vivo e ecológico no dia a dia com as crianças; um convite à defesa do exercício imaginativo , da saúde da infância e do planeta.

Livro do Educador incentiva o brincar em áreas verdes e oferece inúmeras maneiras de explorar os elementos naturais ensinando a fazer brinquedos além de divertidas brincadeiras que nutrem a imaginação da criança e estimulam a criatividade.

Brincar em espaços naturais nos coloca diante da vocação lúdica da natureza e  expõe a criança à riqueza e diversidade dos elementos naturais, abrindo um leque de possibilidades de brincadeiras e invenção dos próprios brinquedos pela criança, tendo a natureza como matéria-prima.

LIVRO DO EDUCADOR BRINCANDO COM A NATUREZA

O Livro do Educador começa apresentando o ciclo do brincar e sua importância para o estímulo da imaginação e da criatividade. Em seguida, mostra os efeitos no desenvolvimento da criança que advêm da sua relação com a natureza e o brincar livre em ambientes naturais. Fala ainda sobre a vocação lúdica da natureza e as características dos elementos naturais.

Por fim traz um passo a passo dos brinquedos e brincadeiras da Turma da Floresta, ressaltando a importância da construção dos brinquedos pelas mãos das crianças e oferecendo sugestões para os Educadores envolverem as famílias e as crianças neste propósito de reconexão com o mundo vivo.

O intuito do Livro do Educador é fortalecer e apoiar as ações dos Educadores no trabalho do desemparedamento da infância e da reconexão das crianças à natureza.  A escola como elo entre a família, a cultura e a infância deve assumir o papel de ampliação do mundo da criança oferecendo o que está faltando na sociedade:  tempo livre, áreas verdes e liberdade de brincar.

As escolas estão sendo desafiadas a romper o velho modelo de aula entre quatro paredes e refletir sobre o potencial educador da natureza, reconhecendo outros territórios educativos como ambientes de aprendizagens. Falar em educação ambiental na primeira infância é falar de experiências vivas em contato com o mundo natural, tudo o mais é abstração para as crianças.

Um livro inspirador para a reaproximação da infância ao mundo vivo, brincares de alegria e encantamento ao ar livre e interação direta com a vida.

A edição é limitada – garanta o seu exemplar. A publicação está disponível na loja do Educando Tudo Muda, acesse  AQUI

Aproveite o frete gratuito e o lindo brinde de cortesia que está sendo oferecido neste período de lançamento.

Juntos por infâncias mais lúdicas, livres e verdes!

Abraço carinhoso e saúde.

Ana Lúcia Machado

 

CRIANÇA E NATUREZA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

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Aqui  falo tudo o que você precisa saber sobre a relação criança e natureza respondendo  9 perguntas recorrentes feitas por mães, pais e educadores.

Ao longo da minha jornada com o Educando Tudo Muda  defendendo o brincar com e na natureza,  seja em contato com os pais nos encontros do Playoutside, seja nos cursos de formação de educadores, ou  nos workshops do livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’, tenho respondido muitas perguntas a cerca da relação da criança com o mundo natural e os benefícios que isto acarreta ao desenvolvimento infantil.

Reuni as perguntas mais frequentes neste artigo com o intuito de reforçar a importância de construirmos um reservatório de experiências vivas e reais na primeira infância, estimulando a apreciação e respeito pela natureza e todos os seres viventes, de forma a  impregnar o  corpo e alma da criança e garantir além do seu  desenvolvimento saudável,  atitudes pró ambientais na vida adulta.

Na natureza temos um dos estímulos mais ricos e completos que propiciam aprendizados sobre a matriz natural,  e levam a criança a  compreender sobre si mesma, o outro, seu meio e suas relações.

 

CRIANÇA E NATUREZA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

TIRE SUAS DÚVIDAS

9 perguntas sobre a relação criança e natureza

 

criança-e-natureza1.QUAL A IMPORTÂNCIA DE BRINCAR AO AR LIVRE, COM A NATUREZA?

Brincar em contato com a natureza é fundamental para o desenvolvimento integral infantil. A natureza em si potencializa o desenvolvimento nos âmbitos biopsicossocial e espiritual.

Ela é o espaço de pertencimento da criança, de suas raízes com a Terra.  A partir da relação com o mundo natural,  um mundo que exala aromas, floresce, frutifica, emite sons nativos, e tem sabores diversos, por meio do próprio corpo e sentidos, a criança apreende os princípios que regem a vida na Terra – seus ciclos de nascimento e morte,  fluxos, processos dinâmicos, e aprende brincando, na linguagem da infância.

Além disso, essa relação promove o sentimento de ligação  e interdependência entre os seres viventes. Daí  advém a atitude ética do cuidado com o meio ambiente. Pouco podemos esperar de um adulto que não teve contato com a natureza na infância em termos de consciência de preservação ambiental, pois só cuidamos e amamos aquilo que conhecemos, com o qual temos algum vínculo de afeto.

 

2.QUAIS OS BENEFÍCIOS, PARA A SAÚDE FÍSICA E MENTAL DA CRIANÇA, DE BRINCAR NA NATUREZA? 

O afastamento do mundo natural tem gerado  problemas físicos e mentais e para compensar os efeitos negativos dos hábitos urbanos e da invasão tecnológica que tomou conta da vida de todos nós, inclusive das crianças, é preciso  doses frequentes de natureza.

Sob o ponto de vista físico é importante ressaltar que os primeiros anos do ser humano correspondem ao ciclo do movimento. A criança tem atividade motora intensa  e por este motivo necessita de experiências diárias de expansão e atividades corporais livres e espontâneas. Os verbos de ação desta etapa de desenvolvimento são: correr, pular, saltar, rolar, escorregar, girar, subir, descer, escalar,  trepar, etc, e não os verbos assistir, teclar, sentar, escrever e ler.

As crianças precisam de  espaços abertos, amplos, em terrenos irregulares e diversificados  –  de terra, grama, pedrinhas, que possuam elevações e declives, favorecendo assim diferentes estímulos sensoriais. Esses estímulos contribuem para a estruturação do sistema muscular infantil e seu desenvolvimento motor,  gerando destreza corporal e domínio espacial. A musculatura dos pés e pernas são fortalecidas ao deixarmos  a criança andar de pés  descalços, promovendo desenvoltura no andar, correr e saltar.

A relação criança e natureza propicia um gasto maior de energia, o que auxilia na prevenção da obesidade, no alívio de tensões, e na qualidade do sono que está diretamente ligada ao crescimento infantil.

Ao ar livre, em exposição aos raios solares, prevenimos a deficiência de vitamina D, que além de importante para o desenvolvimento dos ossos,  potencializa e regula o sistema imunológico.

Em ambientes naturais, a criança inevitavelmente será levada à alternância de foco – ora fixará o olhar naquilo que está próximo à ela, ora seu olhar estará direcionado para objetos ao longe, permitindo que os olhos sigam uma linha vertical, horizontal e de profundidade, impedindo o encurtamento dos músculos oculares, e consequente miopia.

Ao brincar em contato com a natureza, estamos prevenindo o surgimento de  alergias e fortalecendo o sistema imunológico, uma vez que a criança fica exposta  à uma  série de bactérias e micro-organismos.

A natureza oferece momentos de liberdade e relaxamento. Isto impacta de maneira positiva o estado mental das crianças e reduz sintomas de estresse e ansiedade que hoje tem acometido a infância também.

criança-e-naturezaOutro valioso benefício  é  o amadurecimento psicológico  da criança. Brincando em ambientes naturais a  criança fica exposta à situações imprevisíveis  e desafiadoras. Isto possibilita importantes aprendizados, tais como saber correr riscos e medi-los. Entendendo que riscos  são aqueles cujas consequências são baixas e aceitáveis, em comparação aos ganhos que propiciam às crianças. Tudo isso contribui para o bem-estar mental dos pequenos, promovendo equilíbrio interno, autonomia, e resiliência.

Brincar ao ar livre pressupõe interações presenciais,  convívio social, desenvolvimento de relações humanas, formação de vínculos afetivos, que vão estruturando aos poucos a psique infantil, gerando autoconfiança.

Várias pesquisas relacionam as vivências na natureza com a diminuição dos sintomas de hiperatividade e déficit de atenção, como os trabalhos produzidos pelo Laboratório de Pesquisa de Humanos e Ambiente da Universidade de Illinois que descobriram que espaços ao ar livre estimulam brincadeiras criativas, melhoram a interação positiva com adultos, e melhoram o foco e a concentração das crianças.

 

3.QUAIS AS ATIVIDADES E BRINCADEIRAS PAIS, MÃES E CUIDADORES PODEM PROPOR PARA AS CRIANÇAS BRINCAREM NA NATUREZA E COM A NATUREZA?

A OMS diz que, entre 1 e 4 anos de idade, é preciso se movimentar por pelo menos 3 horas ao dia – engatinhando andando, balançando, pulando, etc. Já entre 3 e 4 anos, das 3 horas de movimento, espera-se que 1 hora deva ser de atividades intensas, que façam transpirar e acelerar a frequência cardio-respiratória, como  a brincadeira de pega-pega, esconde-esconde.

Toda criança é um pequeno cientista. Sendo assim, uma caminhada por um parque ou praça,  propicia um mundo de brincadeiras naturais: observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a essência curiosa e exploratória da criança.

Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher folhas, flores, sementes, pegar pedras. Com esses achados e coletas de materiais orgânicos,  galhos viram espadas ou varinhas de condão nas mãos das crianças. Folhas e flores ora podem ser decoração de um lindo bolo, ora adorno de uma coroa na cabeça. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, é algo muito divertido para as crianças.

criança-e-naturezaO livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’  é uma história inspiradora de conexão com a natureza e fala exatamente sobre o encantamento dessas brincadeiras e a mágica dos brinquedos naturais, que sem forma estruturada e função definida, permitem infinitas possibilidades, algo sempre diferente e novo. A história da Turma da Floresta é um exemplo de como a natureza tem o poder de instigar a capacidade imaginativa infantil e permitir às crianças inventar e criar  brinquedos de acordo com o enredo de suas brincadeiras.

LEIA MAIS: O LIVRO

Na contra mão dos brinquedos industrializados que ditam as regras das  brincadeiras, brincar em contato com a natureza dá às crianças  liberdade, possibilita o exercício da imaginação e estimula a criatividade entre elas, tornando-as protagonistas das brincadeiras.

Será pouco provável que na fase adulta uma pessoa se lembre dos brinquedos industrializados que ganhou. Mas sem dúvida, não se esquecerá da pipa colorida rasgando o céu azul,  da força do vento na  linha do carretel em suas mãos e do adulto cuidador ao seu lado ensinando as manobras necessárias para a pipa voar longe.

Quando pensamos em estimular o brincar da criança em contato com a natureza devemos partir do simples, do que está perto, acessível, do pequeno. Lembrar do que brincávamos na nossa infância e propor tais brincadeiras é sempre positivo, essas lembranças são carregadas de afetividade e criam um ambiente de muita energia.

 

4.QUAL FREQUÊNCIA RECOMENDADA PARA QUE AS CRIANÇAS TENHAM ESSE CONTATO?

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a criança brinque ao ar livre pelo menos meia hora ao dia.

 

5.EXISTE ALGUMA RESTRIÇÃO DE IDADE PARA OS PEQUENOS BRINCAREM NA NATUREZA?

Nenhuma. O que deve existir é o bom senso e os cuidados básicos. Em relação a um bebê, é aconselhável  deitá-lo sobre  uma toalha ou canga, usar um mosqueteiro, proteger do sol, oferecer líquidos para hidratação, etc.

 

6.EXISTE UMA RELAÇÃO ENTRE O CONTATO COM A NATUREZA E A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS?

Uma está diretamente ligada à outra. Crianças que brincam mais tempo na natureza adquirem maior consciência sobre a alimentação. Este é resultado de um estudo de 2008 da Health Education Research.

criança e naturezaA relação criança e natureza começa  pela boca, por meio de uma alimentação saudável. Mudar  alguns hábitos familiares pode fazer toda  diferença como preparar as refeições junto com as crianças. Chame-as  para ajudar a  descascar, lavar, misturar, amassar  e sentir o delicioso aroma dos temperos enquanto a comida está no fogo. A cozinha é lugar de encantamento, de memórias afetivas e de riqueza de estímulos sensoriais – as formas e texturas, as cores dos alimentos, os aromas e sabores.

Outra dica é substituir  as idas ao supermercado com as crianças nos fins de semana pelas compras em feiras livres. Ali as crianças aprenderão de forma divertida, com a simpatia dos feirantes, os nomes das frutas e legumes e experimentarão alimentos que em casa recusam dizendo não gostar sem nunca ter provado.

 

7.QUAL A RECOMENDAÇÃO PARA PAIS E MÃES QUE NÃO TEM A OPORTUNIDADE DE CRIAR SEUS FILHOS EM LOCAIS CERCADO POR NATUREZA?

Quem  não tem a oportunidade de morar próximo de lugares ricos em natureza, pode ter o cuidado de cultivar alguns vasos de plantas em casa,  e atribuir a criança a responsabilidade de cuidar, regando, mexendo na terra. Pode cultivar temperos no beiral da janela da cozinha para usar na culinária.

Pode também prestar atenção nos trajetos que faz com a criança até a escola, e procurar onde há verde. Descer um ponto antes da escola e caminhar observando as árvores do caminho. O mesmo se estiver de carro, estacionar um quarteirão antes e caminhar com a criança até a escola atentos à natureza ao redor. E nos fins de semana priorizar passeios em parques, praças, ambientes naturais  mais verdes, amplos.

Estar ao ar livre em contato com a natureza é uma experiência de liberdade. A amplitude do  espaço num parque por exemplo, permite a visão  do céu aberto, das altas copas das árvores. É a oportunidade de sentir-se livre. Tudo isso traz  a vivência de expansão da alma e elevação do espírito.

 

8.COMO ESTIMULAR O CONTATO COM A NATUREZA EM UM MUNDO MEDIADO PELAS TECNOLOGIAS?

Um dos vilões que afetam a saúde da infância nos dias de hoje é o acesso precoce e abusivo dos dispositivos digitais pelas crianças. A  transferência de responsabilidades em relação aos cuidados e atenção que a criança exige tem sido  entregues pelos pais aos meios digitais. Crianças têm recebido cada vez mais a atenção de TVs, jogos, smartphones, tablets, etc.

A Dra. Julieta Jerusalinsky, psicanalista infantil,  alerta sobre os perigos que ameaçam a criança pelo uso de forma inadvertida desses dispositivos, e ressalta a importância da qualidade da experiência interativa presencial nos anos iniciais de vida para a estruturação psíquica da criança.

Entre os perigos citados por ela estão:  a ausência psíquica dos pais – de corpo presente mas ausentes psiquicamente em relação aos filhos;  a linguagem fragmentada, fria e de isolamento produzida por esses aparelhos, que emitem sequências sonoras mas não estabelecem uma conversa com a criança;  e a falta de mediação dos adultos em relação as informações acessadas pelas crianças via internet – informações descontextualizadas, desprovidas das experiências vivenciadas dos adultos, sem a transmissão de valores culturais.

Não se trata de negar os benefícios das inovações tecnológicas  ou  classificá-las  como maléficas, mas de chamar a atenção para as influências  e consequências  desta revolução digital na vida dos pequenos em fase de formação, pois a predominância tecnológica na vida da criança, além do risco de ser viciante e causar dependência,  interfere  no convívio social, na qualidade dos relacionamentos e fortalecimento de vínculos afetivos, reduz  os momentos de lazer da família, e rouba o tempo do brincar, do exercício da imaginação e criatividade da criança .

Aos pais cabe a responsabilidade de estabelecer  limites seguros e coerentes de tempo de uso das telas pelas crianças e de também estimular e propiciar aos filhos momentos de brincadeiras ao ar livre.

 

criança e natureza9.QUAL PAPEL TEM A ESCOLA NA PROMOÇÃO DA RELAÇÃO CRIANÇA E NATUREZA?

A escola como elo entre a família, a cultura e a infância, tem a responsabilidade de ampliar o mundo da criança e oportunizar para ela o que está faltando na sociedade.

As escolas estão sendo desafiadas a romper com o velho modelo de sala de aula entre quatro paredes com carteiras enfileiradas, e despertar para o potencial educador da natureza, reconhecendo outros territórios educativos como ambientes de aprendizagem  e brincar livre.

Hoje as crianças passam a maior parte do dia dentro das instituições educacionais, desta forma é tarefa da escola garantir espaços e atividades que promovam o equilíbrio emocional dos alunos.

Devemos nos conscientizar de que tanto a escola quanto a família desempenham um papel fundamental no  estabelecimento e incentivo da conexão das novas gerações  com a natureza, e este trabalho está ancorado na liberdade do viver natural e lúdico nos primeiros anos de vida da criança.

Então, o que estamos esperando para investir nesta relação tão saudável para a criança?

Se você tem uma pergunta sobre criança e natureza envie para ana@educandotudomuda.com.br Ficarei feliz em responder sua pergunta.

Abraço caloroso

Ana Lúcia Machado

 

 

O QUE FAZER COM AS CRIANÇAS EM CASA – QUARENTENA COVID-19

crianças em casa

O que fazer com as crianças em casa neste período de quarentena Covid-19?

A gravidade do momento que estamos vivendo exige que paremos. Evitar a propagação da COVID -19  é nossa prioridade. Tudo o mais pode ficar para depois. É hora de usar a tecnologia a nosso favor. Postergar tudo o que não for urgente e fazer de casa tudo o que for possível.

A quarentena é questão de responsabilidade social, amor próprio, aos familiares e ao próximo. Nós podemos reduzir a velocidade com que o vírus se propaga por meio do distanciamento  e isolamento social. Pode parecer um remédio amargo demais. A vida vai se desorganizar, virar de ponta cabeça, mas devemos aproveitar estes dias forçados de reclusão  para refletir sobre a fragilidade do sistema que rege nossas vidas em sociedade, o quanto estamos apartados do mundo natural, do convívio salutar que gera intimidade, e do conhecimento verdadeiro uns dos outros.

É hora de colocar na balança nossa maneira de viver para mudarmos o que for preciso e sairmos fortalecidos desta crise.

O QUE FAZER COM AS CRIANÇAS EM CASA?

 crianças em casa

 

Neste período sem aulas, o que fazer em casa com as crianças? É preciso criar uma rotina que permita  trabalhar ‘home office’ ao lado delas.

Comece por uma conversa com as crianças falando sobre o vírus e os cuidados que devem ser tomados. Se precisar de ajuda, baixe a cartilha COVIBOOK, que explica de maneira lúdica para os pequenos o que eles precisam saber.

 

Será preciso também explicar que você trabalhará em casa e precisará de colaboração. Faça os combinados necessários com as crianças nesta conversa estabelecendo regras claras.

Você não tem que achar que precisará entreter as crianças o tempo todo. Organize o dia estabelecendo uma alternância entre períodos de expansão e contração, movimento e concentração, atividade e descanso. Essa oscilação pendular promoverá equilíbrio ao ambiente e harmonia na relação entre vocês. Não se cobre demasiadamente tentando dar conta de tudo. Aprenda a observar as crianças. Elas dão muitas pistas de como agir com mais leveza e assertividade.

Tudo fluirá melhor se você fizer pausas em seu trabalho para dar  um minuto de atenção  ao seu filho. Entre um cafezinho e outro, incentive-o com palavras positivas para que ele sinta-se encorajado e continue concentrado no que estiver fazendo. Essa atitude  diminuirá a necessidade dele de atenção constante de sua parte.

No fim do dia você poderá reservar um tempo maior para olhar atentamente tudo o que ele fez, e reforçar seu empenho e criatividade. Isso elevará a auto estima, a confiança e autonomia da criança para que ela se torne a cada dia menos dependente de você.

E lembre-se de que as crianças são curiosas, adoram  desafios e gostam de sentir que podem ajudar. Essas características serão consideradas na hora de pensar em brincadeiras, atividades e tarefas significativas. Levando também em conta a personalidade de cada criança.

É importante também que  você reconecte-se à sua criança interior, recordando lembranças da infância para reavivar seu lado brincante que será mais requisitado a partir de agora. Existe um potencial imenso nesta conexão:

LEIA AQUI: COLECIONADORA DE INFÂNCIAS – PARA QUE SERVEM AS LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA?

 

Veja outras dicas importantes sobre o que fazer com as crianças em casa – facilitando sua rotina

crianças em casa

-Para crianças em idade escolar, peça para a escola orientações pontuais para que seu filho reserve todos os dias um tempo de continuidade dos estudos, como um dever de casa, indicação de leituras, etc. E por que não estabelecer com a escola o envio de atividades online? Assim a criança não perderá o ritmo de estudos.

-Dê às crianças a responsabilidade de algumas tarefas domésticas, tais como arrumar a cama, colocar e tirar a mesa das refeições, regar um vaso, alimentar um animal de estimação, e é claro organizar os brinquedos após as brincadeiras.

-Disponibilize a cada dia materiais diversificados para que elas possam entreter-se: massinha de modelar,  papel, lápis de colorir, fita adesiva, revistas velhas e cola. Não dê à elas tudo de uma vez, senão você criará o caos. Um dia você proporá  pintar,  noutro dia desenhar, etc.

crianças em casa– Separe caixas de papelão, caixa de ovos, rolhas, retalhos. Ofereça cola, barbante, pregador de roupa e deixe-as brincar de forma criativa, inventando seus próprios brinquedos.

-Para as crianças menores, crie um cantinho do brincar, decorando de maneira criativa o espaço com lenços, bolas, um cesto com alguns utensílios de cozinha, para que ela explore e brinque.

-Tire do armário, aos poucos, aqueles quebra-cabeças antigos e desafie as crianças a montarem. Separe um local adequado para que ele possa ficar exposto durante alguns dias sem causar incômodos até a finalização da montagem.

-Tire também do armário jogos de tabuleiro. Este é um passatempo divertido e dinâmico que pode envolver não só as crianças mas a família toda.

-Estabeleça o momento da leitura oferecendo livros variados para que as crianças possam ter opção de escolha. Em seus momentos de pausa aproxime-se da criança e faça alguma pergunta sobre  a história. Se for uma criança pequena, não letrada, brinque com as ilustrações. Peça para ela localizar nas imagens alguns objetos específicos. Ao retirar-se, deixe como sugestão outros objetos para ela procurar.

-Entre uma pausa e outra chame as crianças para olhar para fora. Observe o céu, as nuvens, ouça os pássaros. Não se desconecte-se da natureza mesmo estando dentro de casa.

-Permita momentos de ócio, de não fazer nada. O não fazer nada para a criança é muito importante. É deste espaço vazio  que nascem as brincadeiras mais incríveis e significativas para a criança. O tédio que a criança sente nada mais é  que a oportunidade de entrar em contato consigo mesma,  estimular o pensamento, a fantasia, a concentração e até mesmo elaborar tudo o que está acontecendo neste momento.

-Vá para a cozinha com seus filhos nos dias em que sobrar disposição. Crianças curtem  fazer biscoitinhos, bolos, etc.

-Que tal uma sessão de fotos à noite? Nunca fotografamos tanto, não é mesmo? Paradoxalmente, nunca demos tanta desimportância à esses registros fotográficos. Vamos valorizar com as crianças as lembranças das festas de aniversários, das férias, etc. Garanto que esses momentos reservarão boas risadas e muita alegria!

Ah, não se esqueça, termine o dia com uma ligação para o vovô e a vovó. Eles vão adorar matar a saudade vendo as crianças pelo smartphone.

Não poderia deixar de recomendar o momento especial da história na hora de ir para a cama, seguido de palavras de gratidão ao dia vivido assim tão juntinhos!crianças em casa

Última dica: fique atento ao site Tempojunto que acaba de criar o Guia Covid-19 com muitas dicas sobre o que fazer com as crianças em casa. Eles estão atualizando a cada dia o guia incluindo novas sugestões.

Gostou deste conteúdo? Compartilhe agora com amigos da sua rede e espalhe esta semente. Assim você estará ajudando outras famílias na superação das dificuldades deste momento crítico, e estará também fortalecendo o trabalho do Educando Tudo Muda.

Se tiver alguma dica sobre o que fazer com as crianças em casa, deixe nos comentários. Ajude a ampliar a lista de sugestões.

Abraços

Ana Lúcia Machado

 

INVESTIMENTO PARA O PRÓXIMO ANO – PRIORIDADE ABSOLUTA

Onde investir em 2018?

Quer uma super dica de investimento para o próximo ano? Diante de um cenário de tantas incertezas e turbulências, onde investir? O mercado oferece várias alternativas de investimentos: ouro, ações, tesouro direto, bitcoin, etc.

Investimento para o próximo ano

 

Entretanto há um investimento apontado por estudos recentes que mostram que investir nos primeiros anos de vida traz um alto retorno econômico e social. Como um estudo da Nova Zelândia publicado no final de 2016 que avaliou 1037 neozelandeses dos 3 aos 38 anos de idade, e que concluiu que os 20% de adultos que tiveram uma infância difícil, com restrições econômicas, descuido e negligência, foram responsáveis por 57% das internações hospitalares, 66% dos pedidos de benefícios sociais e 81% das condenações criminais.

Pesquisas revelam que o começo da vida, a Primeira Infância, tem um forte impacto na vida de um indivíduo e que o desenvolvimento saudável de uma criança, levando em conta  boa alimentação, cuidados com a saúde física e emocional, competências sociais e capacidades cognitivas, forma a base da prosperidade econômica e justiça social de uma nação.

O economista James Heckman, professor emérito na Universidade de Chicago e ganhador do Nobel de Economia no ano 2000, afirma que crianças submetidas desde cedo a bons estímulos, aumentam suas chances de ter mais sucesso na vida adulta e que investir na Primeira Infância é o caminho para o país crescer.

Entrevistado por Monica Weinberg,  da revista Veja, Dr. Heckman diz 

 

“cada dólar gasto com uma criança pequena trará um retorno anual de mais 14 centavos durante toda a sua vida. É um dos melhores investimentos que se podem fazer — melhor, mais eficiente e seguro do que apostar no mercado de ações americano”.

 

Investir no capital humano é e sempre será o melhor investimento. A quantia gasta em educação e saúde, resultará em economia ao longo da vida, em serviço social e sistema prisional.

SAIBA MAIS mais sobre a importância dos primeiros anos de vida. Baixe gratuitamente o Caderno Globo Primeira Infância AQUI

 

Onde investir em 2018?

Acompanhe os trechos principais da entrevista:

Por que os estímulos nos primeiros anos de vida são tão decisivos para o sucesso na idade adulta? É uma fase em que o cérebro se desenvolve em velocidade frenética e tem um enorme poder de absorção, como uma esponja maleável. As primeiras impressões e experiências na vida preparam o terreno sobre o qual o conhecimento e as emoções vão se desenvolver mais tarde. Se essa base for frágil, as chances de sucesso cairão; se ela for sólida, vão disparar na mesma proporção. Por isso, defendo estímulos desde muito cedo.

Quão cedo? Pode parecer exagero, mas a ciência já reuniu evidências para sustentar que essa conta começa no negativo, ou seja, com o bebê ainda na barriga. A probabilidade de ele vir a ter uma vida saudável se multiplica quando a mãe é disciplinada no período pré-natal. Até os 5, 6 anos, a criança aprende em ritmo espantoso, e isso será valioso para toda a vida. Infelizmente, é uma fase que costuma ser negligenciada — famílias pobres não recebem orientação básica sobre como enfrentar o desafio de criar um bebê, faltam boas creches e pré-escolas e, sobretudo, o empurrão certo na hora certa.

Qual é o preço dessa negligência? Altíssimo. Países que não investem na primeira infância apresentam índices de criminalidade mais elevados, maiores taxas de gravidez na adolescência e de evasão no ensino médio e níveis menores de produtividade no mercado de trabalho, o que é fatal. Como economista, faço contas o tempo inteiro. Uma delas é especialmente impressionante: cada dólar gasto com uma criança pequena trará um retorno anual de mais 14 centavos durante toda a sua vida. É um dos melhores investimentos que se podem fazer — melhor, mais eficiente e seguro do que apostar no mercado de ações americano.

Se isso é tão claro, por que a primeira infância não está na ordem do dia de quem tem a caneta na mão para decidir? Há ainda uma substancial ignorância sobre o tema. Algumas décadas atrás, a própria ciência patinava no assunto. A ideia que predominava, e até hoje pesa, é que a família deve se encarregar sozinha dos primeiros anos de vida dos filhos. A ênfase das políticas públicas é na fase que vem depois, no ensino fundamental. E assim se perde a chance de preparar a criança para essa nova etapa, justamente quando seu cérebro é mais moldável à novidade.

A classe política também evita olhar para a primeira infância por achar que esse é um investimento menos visível a curto prazo? Os políticos podem, sim, considerar isso, mas estão redondamente enganados. Crianças pequenas respondem rápido aos estímulos de qualidade. Para quem tem o poder de decidir, deixo aqui a provocação: não investir com inteligência nesses primeiros anos de vida é uma decisão bem pouco inteligente do ponto de vista do orçamento público. Basta usar a matemática.

 

onde investir em 2018?O que mostra a matemática? Vamos pegar o exemplo da segurança pública. Há ao menos dois caminhos para mantê-la em bom patamar. Um deles é contratar policiais, que devem zelar pelo cumprimento da lei. O outro é investir bem cedo nas crianças, para que adquiram habilidades, como um bom poder de julgamento e autocontrole, que as ajudarão a integrar-se à sociedade longe da violência. Pois a opção pela primeira infância custa até um décimo do preço. Recaímos na velha questão: prevenir ou remediar? Como se vê, é muito melhor prevenir.

Que tipo de política pública de primeira infância tem surtido mais efeito? O grande impacto positivo vem de programas que conseguem envolver famílias pobres, creches e pré-­escolas, centros de saúde e outros órgãos que, integrados, canalizam incentivos à criança — não só materiais, evidentemente. O programa americano Perry, da década de 60, é um exemplo clássico de que o investimento em uma boa pré-escola produz ótimos resultados.

Por que esse modelo é bom? Ele envolve ativamente os alunos em projetos de sala de aula, lapidando habilidades sociais e cognitivas, sob a liderança de professores altamente qualificados. A família mantém um estreito elo com a escola. Temos de ter sempre certeza de que a família está a bordo, qualquer que seja a iniciativa.

Não é irrealista esperar tanto de famílias que vivem na pobreza, como no Brasil?Um bom programa de primeira infância consegue ajudar a família inteira, fazendo chegar até ela informações, boas práticas e valores essenciais, como a importância do estudo para a superação da pobreza.

Acesse a entrevista completa AQUI

Estão todos convocados, governo, organizações, sociedade e famílias, a fazer este investimento no próximo ano!

Feliz ano novo!

Abraço fraterno

Ana Lúcia Machado