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CRIANÇA E NATUREZA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

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Aqui  falo tudo o que você precisa saber sobre a relação criança e natureza respondendo  9 perguntas recorrentes feitas por mães, pais e educadores.

Ao longo da minha jornada com o Educando Tudo Muda  defendendo o brincar com e na natureza,  seja em contato com os pais nos encontros do Playoutside, seja nos cursos de formação de educadores, ou  nos workshops do livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’, tenho respondido muitas perguntas a cerca da relação da criança com o mundo natural e os benefícios que isto acarreta ao desenvolvimento infantil.

Reuni as perguntas mais frequentes neste artigo com o intuito de reforçar a importância de construirmos um reservatório de experiências vivas e reais na primeira infância, estimulando a apreciação e respeito pela natureza e todos os seres viventes, de forma a  impregnar o  corpo e alma da criança e garantir além do seu  desenvolvimento saudável,  atitudes pró ambientais na vida adulta.

Na natureza temos um dos estímulos mais ricos e completos que propiciam aprendizados sobre a matriz natural,  e levam a criança a  compreender sobre si mesma, o outro, seu meio e suas relações.

 

CRIANÇA E NATUREZA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

TIRE SUAS DÚVIDAS

9 perguntas sobre a relação criança e natureza

 

criança-e-natureza1.QUAL A IMPORTÂNCIA DE BRINCAR AO AR LIVRE, COM A NATUREZA?

Brincar em contato com a natureza é fundamental para o desenvolvimento integral infantil. A natureza em si potencializa o desenvolvimento nos âmbitos biopsicossocial e espiritual.

Ela é o espaço de pertencimento da criança, de suas raízes com a Terra.  A partir da relação com o mundo natural,  um mundo que exala aromas, floresce, frutifica, emite sons nativos, e tem sabores diversos, por meio do próprio corpo e sentidos, a criança apreende os princípios que regem a vida na Terra – seus ciclos de nascimento e morte,  fluxos, processos dinâmicos, e aprende brincando, na linguagem da infância.

Além disso, essa relação promove o sentimento de ligação  e interdependência entre os seres viventes. Daí  advém a atitude ética do cuidado com o meio ambiente. Pouco podemos esperar de um adulto que não teve contato com a natureza na infância em termos de consciência de preservação ambiental, pois só cuidamos e amamos aquilo que conhecemos, com o qual temos algum vínculo de afeto.

 

2.QUAIS OS BENEFÍCIOS, PARA A SAÚDE FÍSICA E MENTAL DA CRIANÇA, DE BRINCAR NA NATUREZA? 

O afastamento do mundo natural tem gerado  problemas físicos e mentais e para compensar os efeitos negativos dos hábitos urbanos e da invasão tecnológica que tomou conta da vida de todos nós, inclusive das crianças, é preciso  doses frequentes de natureza.

Sob o ponto de vista físico é importante ressaltar que os primeiros anos do ser humano correspondem ao ciclo do movimento. A criança tem atividade motora intensa  e por este motivo necessita de experiências diárias de expansão e atividades corporais livres e espontâneas. Os verbos de ação desta etapa de desenvolvimento são: correr, pular, saltar, rolar, escorregar, girar, subir, descer, escalar,  trepar, etc, e não os verbos assistir, teclar, sentar, escrever e ler.

As crianças precisam de  espaços abertos, amplos, em terrenos irregulares e diversificados  –  de terra, grama, pedrinhas, que possuam elevações e declives, favorecendo assim diferentes estímulos sensoriais. Esses estímulos contribuem para a estruturação do sistema muscular infantil e seu desenvolvimento motor,  gerando destreza corporal e domínio espacial. A musculatura dos pés e pernas são fortalecidas ao deixarmos  a criança andar de pés  descalços, promovendo desenvoltura no andar, correr e saltar.

A relação criança e natureza propicia um gasto maior de energia, o que auxilia na prevenção da obesidade, no alívio de tensões, e na qualidade do sono que está diretamente ligada ao crescimento infantil.

Ao ar livre, em exposição aos raios solares, prevenimos a deficiência de vitamina D, que além de importante para o desenvolvimento dos ossos,  potencializa e regula o sistema imunológico.

Em ambientes naturais, a criança inevitavelmente será levada à alternância de foco – ora fixará o olhar naquilo que está próximo à ela, ora seu olhar estará direcionado para objetos ao longe, permitindo que os olhos sigam uma linha vertical, horizontal e de profundidade, impedindo o encurtamento dos músculos oculares, e consequente miopia.

Ao brincar em contato com a natureza, estamos prevenindo o surgimento de  alergias e fortalecendo o sistema imunológico, uma vez que a criança fica exposta  à uma  série de bactérias e micro-organismos.

A natureza oferece momentos de liberdade e relaxamento. Isto impacta de maneira positiva o estado mental das crianças e reduz sintomas de estresse e ansiedade que hoje tem acometido a infância também.

criança-e-naturezaOutro valioso benefício  é  o amadurecimento psicológico  da criança. Brincando em ambientes naturais a  criança fica exposta à situações imprevisíveis  e desafiadoras. Isto possibilita importantes aprendizados, tais como saber correr riscos e medi-los. Entendendo que riscos  são aqueles cujas consequências são baixas e aceitáveis, em comparação aos ganhos que propiciam às crianças. Tudo isso contribui para o bem-estar mental dos pequenos, promovendo equilíbrio interno, autonomia, e resiliência.

Brincar ao ar livre pressupõe interações presenciais,  convívio social, desenvolvimento de relações humanas, formação de vínculos afetivos, que vão estruturando aos poucos a psique infantil, gerando autoconfiança.

Várias pesquisas relacionam as vivências na natureza com a diminuição dos sintomas de hiperatividade e déficit de atenção, como os trabalhos produzidos pelo Laboratório de Pesquisa de Humanos e Ambiente da Universidade de Illinois que descobriram que espaços ao ar livre estimulam brincadeiras criativas, melhoram a interação positiva com adultos, e melhoram o foco e a concentração das crianças.

 

3.QUAIS AS ATIVIDADES E BRINCADEIRAS PAIS, MÃES E CUIDADORES PODEM PROPOR PARA AS CRIANÇAS BRINCAREM NA NATUREZA E COM A NATUREZA?

A OMS diz que, entre 1 e 4 anos de idade, é preciso se movimentar por pelo menos 3 horas ao dia – engatinhando andando, balançando, pulando, etc. Já entre 3 e 4 anos, das 3 horas de movimento, espera-se que 1 hora deva ser de atividades intensas, que façam transpirar e acelerar a frequência cardio-respiratória, como  a brincadeira de pega-pega, esconde-esconde.

Toda criança é um pequeno cientista. Sendo assim, uma caminhada por um parque ou praça,  propicia um mundo de brincadeiras naturais: observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a essência curiosa e exploratória da criança.

Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher folhas, flores, sementes, pegar pedras. Com esses achados e coletas de materiais orgânicos,  galhos viram espadas ou varinhas de condão nas mãos das crianças. Folhas e flores ora podem ser decoração de um lindo bolo, ora adorno de uma coroa na cabeça. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, é algo muito divertido para as crianças.

criança-e-naturezaO livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’  é uma história inspiradora de conexão com a natureza e fala exatamente sobre o encantamento dessas brincadeiras e a mágica dos brinquedos naturais, que sem forma estruturada e função definida, permitem infinitas possibilidades, algo sempre diferente e novo. A história da Turma da Floresta é um exemplo de como a natureza tem o poder de instigar a capacidade imaginativa infantil e permitir às crianças inventar e criar  brinquedos de acordo com o enredo de suas brincadeiras.

LEIA MAIS: O LIVRO

Na contra mão dos brinquedos industrializados que ditam as regras das  brincadeiras, brincar em contato com a natureza dá às crianças  liberdade, possibilita o exercício da imaginação e estimula a criatividade entre elas, tornando-as protagonistas das brincadeiras.

Será pouco provável que na fase adulta uma pessoa se lembre dos brinquedos industrializados que ganhou. Mas sem dúvida, não se esquecerá da pipa colorida rasgando o céu azul,  da força do vento na  linha do carretel em suas mãos e do adulto cuidador ao seu lado ensinando as manobras necessárias para a pipa voar longe.

Quando pensamos em estimular o brincar da criança em contato com a natureza devemos partir do simples, do que está perto, acessível, do pequeno. Lembrar do que brincávamos na nossa infância e propor tais brincadeiras é sempre positivo, essas lembranças são carregadas de afetividade e criam um ambiente de muita energia.

 

4.QUAL FREQUÊNCIA RECOMENDADA PARA QUE AS CRIANÇAS TENHAM ESSE CONTATO?

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a criança brinque ao ar livre pelo menos meia hora ao dia.

 

5.EXISTE ALGUMA RESTRIÇÃO DE IDADE PARA OS PEQUENOS BRINCAREM NA NATUREZA?

Nenhuma. O que deve existir é o bom senso e os cuidados básicos. Em relação a um bebê, é aconselhável  deitá-lo sobre  uma toalha ou canga, usar um mosqueteiro, proteger do sol, oferecer líquidos para hidratação, etc.

 

6.EXISTE UMA RELAÇÃO ENTRE O CONTATO COM A NATUREZA E A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS?

Uma está diretamente ligada à outra. Crianças que brincam mais tempo na natureza adquirem maior consciência sobre a alimentação. Este é resultado de um estudo de 2008 da Health Education Research.

criança e naturezaA relação criança e natureza começa  pela boca, por meio de uma alimentação saudável. Mudar  alguns hábitos familiares pode fazer toda  diferença como preparar as refeições junto com as crianças. Chame-as  para ajudar a  descascar, lavar, misturar, amassar  e sentir o delicioso aroma dos temperos enquanto a comida está no fogo. A cozinha é lugar de encantamento, de memórias afetivas e de riqueza de estímulos sensoriais – as formas e texturas, as cores dos alimentos, os aromas e sabores.

Outra dica é substituir  as idas ao supermercado com as crianças nos fins de semana pelas compras em feiras livres. Ali as crianças aprenderão de forma divertida, com a simpatia dos feirantes, os nomes das frutas e legumes e experimentarão alimentos que em casa recusam dizendo não gostar sem nunca ter provado.

 

7.QUAL A RECOMENDAÇÃO PARA PAIS E MÃES QUE NÃO TEM A OPORTUNIDADE DE CRIAR SEUS FILHOS EM LOCAIS CERCADO POR NATUREZA?

Quem  não tem a oportunidade de morar próximo de lugares ricos em natureza, pode ter o cuidado de cultivar alguns vasos de plantas em casa,  e atribuir a criança a responsabilidade de cuidar, regando, mexendo na terra. Pode cultivar temperos no beiral da janela da cozinha para usar na culinária.

Pode também prestar atenção nos trajetos que faz com a criança até a escola, e procurar onde há verde. Descer um ponto antes da escola e caminhar observando as árvores do caminho. O mesmo se estiver de carro, estacionar um quarteirão antes e caminhar com a criança até a escola atentos à natureza ao redor. E nos fins de semana priorizar passeios em parques, praças, ambientes naturais  mais verdes, amplos.

Estar ao ar livre em contato com a natureza é uma experiência de liberdade. A amplitude do  espaço num parque por exemplo, permite a visão  do céu aberto, das altas copas das árvores. É a oportunidade de sentir-se livre. Tudo isso traz  a vivência de expansão da alma e elevação do espírito.

 

8.COMO ESTIMULAR O CONTATO COM A NATUREZA EM UM MUNDO MEDIADO PELAS TECNOLOGIAS?

Um dos vilões que afetam a saúde da infância nos dias de hoje é o acesso precoce e abusivo dos dispositivos digitais pelas crianças. A  transferência de responsabilidades em relação aos cuidados e atenção que a criança exige tem sido  entregues pelos pais aos meios digitais. Crianças têm recebido cada vez mais a atenção de TVs, jogos, smartphones, tablets, etc.

A Dra. Julieta Jerusalinsky, psicanalista infantil,  alerta sobre os perigos que ameaçam a criança pelo uso de forma inadvertida desses dispositivos, e ressalta a importância da qualidade da experiência interativa presencial nos anos iniciais de vida para a estruturação psíquica da criança.

Entre os perigos citados por ela estão:  a ausência psíquica dos pais – de corpo presente mas ausentes psiquicamente em relação aos filhos;  a linguagem fragmentada, fria e de isolamento produzida por esses aparelhos, que emitem sequências sonoras mas não estabelecem uma conversa com a criança;  e a falta de mediação dos adultos em relação as informações acessadas pelas crianças via internet – informações descontextualizadas, desprovidas das experiências vivenciadas dos adultos, sem a transmissão de valores culturais.

Não se trata de negar os benefícios das inovações tecnológicas  ou  classificá-las  como maléficas, mas de chamar a atenção para as influências  e consequências  desta revolução digital na vida dos pequenos em fase de formação, pois a predominância tecnológica na vida da criança, além do risco de ser viciante e causar dependência,  interfere  no convívio social, na qualidade dos relacionamentos e fortalecimento de vínculos afetivos, reduz  os momentos de lazer da família, e rouba o tempo do brincar, do exercício da imaginação e criatividade da criança .

Aos pais cabe a responsabilidade de estabelecer  limites seguros e coerentes de tempo de uso das telas pelas crianças e de também estimular e propiciar aos filhos momentos de brincadeiras ao ar livre.

 

criança e natureza9.QUAL PAPEL TEM A ESCOLA NA PROMOÇÃO DA RELAÇÃO CRIANÇA E NATUREZA?

A escola como elo entre a família, a cultura e a infância, tem a responsabilidade de ampliar o mundo da criança e oportunizar para ela o que está faltando na sociedade.

As escolas estão sendo desafiadas a romper com o velho modelo de sala de aula entre quatro paredes com carteiras enfileiradas, e despertar para o potencial educador da natureza, reconhecendo outros territórios educativos como ambientes de aprendizagem  e brincar livre.

Hoje as crianças passam a maior parte do dia dentro das instituições educacionais, desta forma é tarefa da escola garantir espaços e atividades que promovam o equilíbrio emocional dos alunos.

Devemos nos conscientizar de que tanto a escola quanto a família desempenham um papel fundamental no  estabelecimento e incentivo da conexão das novas gerações  com a natureza, e este trabalho está ancorado na liberdade do viver natural e lúdico nos primeiros anos de vida da criança.

Então, o que estamos esperando para investir nesta relação tão saudável para a criança?

Se você tem uma pergunta sobre criança e natureza envie para ana@educandotudomuda.com.br Ficarei feliz em responder sua pergunta.

Abraço caloroso

Ana Lúcia Machado

 

 

TOP 10 DA EDUCAÇÃO AO AR LIVRE

Top 10 da educação ao ar livre

A educação ao ar livre é ainda um grande desafio para as escolas no Brasil, por isso selecionamos 10 livros que abordam esse tema com o intuito de encorajá-las a romper paradigmas fazendo da natureza salas de aula em todo o país, desde a educação infantil , até o ensino médio. Salas de aula sem paredes, por que não?

Hoje o contato com a natureza não acontece mais de forma natural, no entanto, essa conexão é imprescindível para o desenvolvimento integral e saudável da criança. Em contato com a natureza, as crianças desenvolvem mais o equilíbrio, a coordenação e autonomia.

A educação ao ar livre traz inúmeros benefícios – melhora o desenvolvimento intelectual e a saúde física, incentiva o pensamento crítico, a inteligência emocional, o trabalho em equipe, e a capacidade de resolução de problemas.

Existem muitos estudos e pesquisas que mostram que as  crianças se beneficiam ao aprender e brincar ao ar livre. Leia no site Children and Nature Network.

O potencial educador dos espaços naturais é enorme, sem contar que é a maneira mais eficaz de estimularmos a apreciação e respeito pela natureza e todos os seres viventes, e de desenvolvermos uma compreensão de como podemos cuidar do nosso meio ambiente.

Leia também: NOSSA TERRA EDUCADORA 

Por que não ensinar ao ar livre? A interação e exploração dos espaços abertos trazem oportunidades educativas muito mais efetivas e perduráveis para as crianças e jovens, é o que afirma  a britânica Juliet Robertson, consultora educacional especializada em educação ao ar livre. Ela diz que todo o currículo pode ser ensinado fora da sala de aula, acredite.

 

Vamos ao Top 10 da educação ao ar livre

Top 10 da educação ao ar livre

1.Alfabetização Ecológica – A educação das crianças para um mundo sustentável

Fritjof Capra e outros

O livro reúne teoria e prática com base no que existe de mais avançado em termos de pensamento sistêmico, ecologia e educação. Pais e educadores de todas as partes do mundo interessados no desenvolvimento de novas formas de ensino e na ampliação dos conhecimentos ecológicos das crianças vão encontrar neste livro uma fonte inestimável de idéias. Reorientar o modo como os seres humanos vivem e educar as crianças para que atinjam seus potenciais mais elevados são tarefas com aspectos bem semelhantes. Ambas têm de ser vistas e abordadas no contexto dos sistemas: familiar, geográfico, ecológico e político. Nosso empenho para criar comunidades sustentáveis será em vão caso as futuras gerações não aprendam a estabelecer uma parceria com os sistemas naturais, em benefício de ambas as partes. Em outras palavras, elas terão de ser “ecologicamente alfabetizadas”.

 

Top 10 da educação ao ar livre

2.Desemparedamento da infância – A escola como lugar de encontro com a natureza

Organização  de Maria Isabel Amando de Barros

O livro apresenta experiências do Brasil e do mundo em escolas que possibilitaram que as crianças aproveitassem mais seus territórios educativos como lugares de aprendizado e de brincar livre. A publicação traz para os educadores a reflexão de que é possível contribuir para mudar a realidade atual e desemparedar a infância.

Disponível para downloud gratuitamente.

 

 

Top 10 da educação ao ar livre

3.Crianças e Natureza – Reconectar é preciso

Christiana Profice

O livro é um alerta para as graves consequências físicas e psíquicas de um cotidiano infantil sedentário e conectado a dispositivos eletrônicos. Nesta obra estão reunidos os principais resultados de pesquisas sobre o tema nacional e internacional. A conclusão a que se chega é que a reconexão entre crianças e natureza é mais do que urgente, sob o risco de aumento de distúrbios físicos e emocionais causados pela privação de interações cotidianas com os ambientes naturais, seus seres e processos. Outro efeito nefasto do afastamento entre crianças e natureza é o desinteresse das pessoas pelo mundo natural que, sem conhecê-lo, não se empenham em sua proteção, agravando, deste modo, os problemas ambientais contemporâneos. Apesar deste alerta, as pesquisas cientificas deixam claro que nem tudo está perdido e que ainda há tempo para reversão da situação, basta que devolvamos às crianças o seu direito de contato com a natureza da qual todos nós fazemos parte. A leitura deste livro por pais, educadores e mesmo por crianças e adolescentes, certamente, já vai iniciar uma mudança de pensamento acerca da importância da natureza para a humanidade e de nossa responsabilidade para com sua proteção.

 

Top 10 da educação ao ar livre

4.Educação Verde, Crianças Saudáveis – ideias práticas para incentivar o contato de meninos e meninas com a natureza

Heike Freire

Os meninos e meninas de hoje passam a maior parte do tempo em espaços fechados, sentados, assistindo à TV. Eles vivem constantemente debaixo de uma supervisão adulta obcecada por segurança e quase já não têm momentos de brincadeiras descontraídas ao ar livre. Procuramos compensar esse crescente afastamento do mundo natural com um excesso de produtos e tecnologias (bichos de pelúcia, brinquedos eletrônicos, celulares, tablets, games, etc.) que suplantam os seres da natureza. Uma realidade virtual que os afasta ainda mais da vida, reduzindo-os ao papel de espectadores e consumidores passivos. A escassez de espaço e de possibilidades de movimento, a grande quantidade de representações abstratas, sem nenhuma relação com a experiência direta das crianças, o contínuo bombardeio de estímulos (luzes, cores chamativas, ruídos, velocidade) a que são submetidos e, no geral, a falta da natureza podem ser a causa de inúmeras doenças que acometem atualmente as crianças: obesidade, desequilíbrio no biorritmo, problemas motores e de linguagem, asma, estresse, agressividade, hiperatividade, depressão. As crianças precisam da natureza. Elas se sentem espontaneamente atraídas por ambientes naturais e, quando estão em contato com eles, desenvolvem-se de uma forma mais saudável em todos os níveis: físico, emocional, mental, social e espiritual. Passar algum tempo ao ar livre, em uma interação direta com a vida, é um direito fundamental da infância que deveria ser reconhecido na nossa sociedade. Este livro foi escrito para todas as pessoas, pais e educadores, dispostas a se empenhar para atingir esse ideal.

 

Top 10 da educação ao ar livre

5.Brinquedos do Chão – A natureza, o imaginário, e o brincar

Gandhy Piorski

Este livro explora a imaginação do brincar e sua intimidade com os quatro elementos da natureza: terra, fogo, água e ar, e revela a voz livre e fluente da criança em sua trajetória de moldar a si própria, tão esquecida nos estudos sobre a infância. Assim como o brinquedo, interessam ao autor, artista plástico, teólogo, pesquisador da infância e do imaginário, a brincadeira e seu universo simbólico; a experiência da criança quando, em comunhão com a natureza e em sua vivência transcendente, brinca e significa o mundo. Fala sobre os brinquedos da terra, que caracterizam, na produção material, gestual e narrativa da infância, a investigação da matéria e as operações da imaginação no forjar a elaboração e o enraizamento dos papéis sociais na casa, na família e no mundo.

 

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6.A última criança na natureza – Resgatando nossas crianças do transtorno do defict de natureza

Richard Louv

Este livro apresenta uma abrangente síntese de pesquisas e também de histórias de todo o mundo que relacionam a presença da natureza na vida das crianças com seu bem-estar físico, emocional, social e acadêmico. Richard Louv cunhou pela primeira vez o termo Transtorno do Deficit de Natureza e despertou, assim, o interesse da comunidade internacional para um tema bastante atual: o impacto negativo da falta da natureza na vida das crianças, especialmente as que vivem em contextos urbanos.

 

 

 

Top 10 da educação ao ar livre7.Dedo verde na escola – Cultivando a alfabetização ecológica na educação infantil

Mônica Pilz Borba

Cultivando a alfabetização ecológica na educação infantil, remonta um processo educativo envolvendo alunos, professores e comunidade na transformação do currículo e das metodologias de duas escolas de educação infantil da rede de ensino municipal de São Paulo, ligadas ao respeito e ao cuidado da comunidade de vida, da integridade ecológica, por meio da democracia e da cultura de paz. Com metodologias inovadoras que valorizam as relações entre as pessoas e a natureza, a descoberta dos detalhes da vida e o mergulhar no conhecimento. Esta publicação é dedicada a todos os professores e educadores interessados em promover a cultura da sustentabilidade em suas escolas, potencializando a construção de valores, para quem sabe um dia tornarmo-nos uma sociedade sustentável. ¹ Terra e terra: com T maiúsculo e t minúsculo, ou seja, cuidar do macro e do micro.

 

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8.Educação Infantil como direito e alegria – Em busca de pedagogias ecológicas, populares e libertárias

Lea Tiriba

Como dar força aos encontros que geram alegrias? Acreditando nos desejos das crianças, apostando em sua capacidade de escolha Nas escolas, as crianças permanecem horas em espaços fechados, aprendendo a obedecer, apropriando-se de conteúdos muitas vezes distantes de seus interesses. O trabalho de Lea Tiriba aponta caminhos para uma educação comprometida com a saúde das crianças e do planeta, buscando concepções e práticas que religuem os seres humanos à natureza e digam não ao consumismo e ao desperdício. Com base em extensa pesquisa de campo e bibliográfica, a autora sugere o respeito às vontades do corpo. Desencoraja o “emparedamento” das crianças e propõe um aprendizado que reorganiza a relação entre educadores e educandos, questionando a centralidade das professoras no processo pedagógico e propiciando o surgimento de relações horizontais. Inspirando-se em pensadores libertários, como Paulo Freire, Lev Vygotsky, Félix Guatarri, Boaventura de Souza Santos, Leonardo Boff entre outros, a autora nos convida a abraçar a solidariedade planetária. Em vez de cimento, paredes e grades, uma perspectiva de futuro que permita o movimento dos corpos, para a inventividade, a livre criação, a capacidade de escolhas e os encontros que geram alegria.

 

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9.Vivências com a natureza – Guia de atividades para pais e educadores

Joseph Cornell

Este livro apresenta um conjunto precioso de jogos e brincadeiras que convidam os participantes, não só a se divertir nos espaços naturais, mas a construir uma verdadeira amizade com a terra, as rochas, as plantas e os animais com os quais compartilhamos o Planeta. Importantes conceitos ecológicos são abordados dentro de um contexto facilmente vivenciado e compreendido pela criança.

Os jogos e brincadeiras apresentados são universais e têm sido difundidos em todo o mundo com grande sucesso. As atividades são organizadas de acordo com a habilidade a ser desenvolvida: apreciação estética, assimilação de novos fatos, concentração, empatia, superação de medos, imaginação, memória, interação com a natureza, trabalho em grupo, confiança, desfrute do silêncio e da solidão.

Fugindo das teorizações, este livro retoma o discurso ecológico de forma prática, apresentando em detalhes atividades que podem ser realizadas em grupo, ao ar livre ou adaptadas para outros ambientes. Pequenos experimentos podem ser executados e relatados individualmente.

 

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10.Vivências com a natureza – Novas atividades para pais e educadores

Joseph Cornell

Aqui o autor  apresenta e explica a metodologia do Aprendizado Seqüencial.O emprego dessa metodologia potencializa o trabalho do educador: as atividades deixam de ter um fim em si mesmas para compor um processo por meio do qual o aprofundamento da percepção, que requer o aquietar da mente e a abertura para a afetividade, é conseguido – proporcionando experiências fascinantes com a Natureza, tanto para os participantes como para os professores.

Este método tem sido empregado com enorme sucesso tanto por professores com seus alunos, como em programas de formação de professores, em que o desenvolvimento pessoal é aliado à aquisição de ferramentas pedagógicas modernas.

 

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Feliz ano novo, desejo que você leia mais em 2019 e principalmente que sinta-se motivado a romper as paredes das salas de aula com os alunos e praticar a educação ao ar livre.

Abraço caloroso

Ana Lúcia Machado