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Dia Internacional da Síndrome de down – 21 de Março  

síndrome de down

Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de down. Dia de comemoração das conquistas, avanços e de conscientização coletiva em defesa da causa dessas pessoas. Há 30 anos, pessoas com síndrome de down eram enclausuradas em casa ou instituições. Não frequentavam escolas, não eram vistas em locais públicos.

Muitas barreiras caíram por terra, mas para assegurarmos os direitos das pessoas com trissomia do cromossomo 21, é necessário continuarmos a luta para que todas as crianças com síndrome de down possam crescer e viver em ambientes que favoreçam suas potencialidades e que possibilitem seu desenvolvimento integral.

Em relação ao processo constitutivo do ser humano, sabemos que é primordial zelar pelo ambiente em que a criança vive, pelos estímulos oferecidos, pelas interações sociais e pelo convívio de qualidade com outros seres humanos.

Mesmo diante de alterações estruturais ou funcionais do sistema nervoso, é na interação social que o indivíduo desenvolve suas potencialidades. Ainda que as circunstâncias sejam desafiadoras, a deficiência está muito mais nas relações sociais estabelecidas do que na condição do indivíduo com síndrome de down em si.

Síndrome de DownHistórias como a de Fernanda Honorato, demostram que um ambiente propício e estimulante desde cedo resulta em confiança, autonomia e independência das pessoas com síndrome de down. Ela é repórter do “Programa Especial” na TV Brasil. Primeira repórter com síndrome de down do país. Foi reconhecida na categoria Trabalho Social durante a 22ª edição do Prêmio Claudia em 2017.

Fernanda fez sua primeira sessão de fisioterapia aos 23 dias de vida.  Conquistou sua independência e hoje também ministra palestras sobre inclusão por todo o país. Ela dá um conselho aos pais: “Sempre digo às mães de crianças com síndrome de down para não desistirem dos sonhos e acreditarem no potencial dos filhos”.

Conheça AQUI outras histórias de superação e sucesso.

Quero aproveitar para sugerir alguns livros que falam sobre o tema porque acredito que informação e conhecimento ajudam a enfrentar e lidar com as dificuldades do dia a dia. Em 2019 conclui uma Pós-graduação na APAE de São Paulo – ‘Deficiência Intelectual: aspectos neuropsiquiátricos, pedagógicos e inclusivos’, e essas publicações foram marcantes nosmeus estudos. Meu trabalho de conclusão, TCC, foi sobre a “Educação Inclusiva Universitária no Brasil’, e se você quiser ter acesso à ele, me envie uma mensagem – ana@educandotudomuda.com.br

 

LEITURAS SUGERIDAS


 

http://www.educandotudomuda.com.br/sindrome-de-downinclusao-social/Cadê a Síndrome de Down que Estava Aqui? O Gato Comeu…: o Programa da Lurdinha

Autores Elizabeth Tunes e Danezy Piantino

Lúcio, filho de Lurdinha, nasceu com síndrome de down. Esta anomalia genética, a trissomia do cromossomo 21, é comumente associada à deficiência mental. Neste livro, as autoras adotam uma visão diferente. Descrevem as ações de Lurdinha procurando mostrar que pessoas com síndrome de Down podem desenvolver-se de modo muito próximo ao da normalidade.
O livro emociona, propõe questionamentos, indica alternativas. Traduz indignação ante o preconceito e luta contra ele, ao mesmo tempo que traz a esperança de bani-lo pela demonstração de que a deficiência mental na síndrome de Down é socialmente construída.
Com determinação, amor e crença nas competências do filho, Lurdinha escreveu para Lúcio uma outra história, que sintetiza assim: “No princípio, era o verbo aceitar, o verbo amar, estimular, mediar, ensejar, confiar, lutar e por aí vai.. Acabei por constatar que me preparei para conjugar esses e outros verbos que, devidamente empregados, culminaram nos adjetivos normal, esperto, inteligente, capaz, feliz e por aí vai… a ação conduz à qualidade.”

 

síndrome de downAdultos com Síndrome de Down – a deficiência mental como produção social

Autor Maria Sylvia Cardoso Carneiro

Livro que trata a deficiência mental como condição que se estabelece mediante as relações sociais. Apoiada na abordagem histórico-cultural, sobretudo nas contribuições de Vygotsky, a autora mostra que, mesmo diante de alterações orgânicas – sejam elas estruturais ou funcionais do sistema nervoso – é na interação em sociedade que o indivíduo vai se desenvolver, ou não, como deficiente mental.
São apresentadas histórias de vida de alguns adultos com síndrome de Down que, em diferentes contextos, frequentaram o ensino comum e chegaram à universidade. O olhar atento a essas e a outras histórias de ruptura pode nos ajudar a entender como a constituição dos seres humanos, mesmo em circunstâncias de desvantagem, está sempre vinculada à relação com os demais.

 

 

síndrome de downPara além da educação Especial – avanços e desafios de uma educação inclusiva

Organizadora Sílvia Ester Orrú

A obra nos apresenta de forma crítica alguns dos avanços obtidos nos últimos anos no cenário da educação especial para a semeadura e o florescimento de uma educação não excludente, que se faz nos espaços em que as relações sociais são privilegiadas . Compartilha questões próprias do processo de ensinar e aprender no âmbito da educação básica, graduação e pós-graduação, não se ausentando da importância da gestão escolar e da escuta sensível para o processo de inclusão. O esforço de trazer reflexões sobre o processo de transformação que o princípio da inclusão tem trazido para as diferentes etapas da escolarização reúne nesta obra uma literatura recomendada para professores da educação básica e do ensino superior, além de estudantes de graduação e pós-graduação na área da Educação e áreas afins.

 

síndrome de downDeixo também a indicação do filme ‘Um lugar para todo mundo‘, que conta a história de Emílio, uma criança de 3 anos, com síndrome de Down e que está pronta para ir a  escola. Este documentário narra os desafios que sua família enfrenta para incluí-lo no complexo sistema educacional americano, em busca de uma escola capaz de admiti-lo. Assista.

 

Que possamos avançar rumo a um mundo melhor – um mundo onde todos os cidadãos sejam inseridos na sociedade de forma plena e digna.

 

Abraço afetuoso

Ana Lúcia Machado

 

Educação Infantil – aprendizagens para a vida

Jardim de infância

Tudo o que é preciso saber se aprende na Educação Infantil. Tudo o que se aprende na Educação Infantil leva-se para a vida. Em 1988 Robert Fulghum publicou um livro despretencioso, no qual elaborou seu “CREDO” – conjunto de princípios sobre os quais ergueu sua vida, aprendizados durante os anos na Educação Infantil que foram a base da sua vida adulta.

Em Tudo que eu devia saber aprendi no Jardim de Infância, o autor afirma que

Tudo o que eu preciso mesmo saber sobre como viver, o que fazer e como ser, aprendi no jardim-de-infância, ou seja na Educação Infantil. A sabedoria não estava no topo da montanha mais alta, no último ano do curso superior, mas no tanque de areia do pátio da escolinha maternal.

Veja o que Robert Fulghum aprendeu. Eis seu Credo:

Dividir tudo com os companheiros.

Jogar conforme as regras do jogo.

Não bater em ninguém.

Guardar as coisas onde as tivesse encontrado.

Arrumar a bagunça feita por mim.

Não tocar no que não é meu.

Pedir desculpas quando machucasse alguém.

Lavar as mãos antes de comer.

Apertar a descarga da privada.

Biscoito quente e leite frio fazem bem à saúde.

Fazer de tudo um pouco: estudar, pensar,

desenhar e pintar, cantar e dançar, brincar e trabalhar;

de tudo um pouco todos os dias.

Tirar uma soneca todas as tardes.

Ao sair pelo mundo, ter cuidado com o trânsito, saber dar a mão e ter amigos.

Prodígio. Lembrar da sementinha de feijão plantada no copo: as raízes vão para baixo, e a planta cresce para cima; ninguém sabe como ou por quê, mas a verdade é que nós também somos assim.

Peixinhos dourados, porquinhos-da-índia, esquilos, hamsters e até a semente no copinho – tudo isso morre. Nós também.

Lembrar dos livros de histórias infantis e de uma das primeiras palavras aprendidas, a mais importante de todas: Olhe!

Na simplicidade desses aprendizados, encontra-se a grandeza da vida! Pense como este mundo atual seria melhor se cada um estruturasse sua vida adulta baseado nesses princípios!

O livro é recheado de histórias curtas e divertidas sobre pequenas passagens do dia-a-dia, mas que aos pouco vão tecendo a profundidade das lições aprendidas na Educação Infantil. Tudo o que se aprende na Educação Infantil leva-se para a vida. Pena que o livro está esgotado, mas pode ser garimpado em sebos, VEJA

Abraço

Ana Lúcia Machado

24 LIVROS INFANTIS DA BIBLIOTECA VERDE PARA CRIANÇAS

24 livros infantis da Biblioteca Verde para crianças

Conheça os 24 livros infantis da Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda

Diante da quantidade de livros infantis que são lançados todos os anos e que chegam às livrarias, é um grande desafio escolher livros para as crianças.  Foi pensando em facilitar a vida de pais e educadores que Educando Tudo Muda elaborou uma lista de 24 livros infantis.

Essa lista foi testada e aprovada nos grupos de trabalho com as crianças, nos cursos de formação de educadores e entre a criançada da família também!

24 livros infantis da Biblioteca Verde para criançasSabemos como os adultos são referências para os pequenos e o quanto contribuem para a formação de crianças leitoras. Na hora de contar de contar a história ou mediar a leitura, lembre-se que seu entusiasmo pela história influenciará de maneira positiva a criança. Portanto leia antes e seja contagiado pela história.

Incentivar o interesse e amor aos livros deve começar bem cedo. A hora de ler e contar histórias para a criança é um momento de intimidade, uma oportunidade de fortalecer o vínculo afetivo. Além disso, as histórias oferecem, seja no âmbito familiar, escolar, sociocultural, oportunidades de aprendizados de si, reconhecimento do outro, compreensão do mundo, e contexto de vida.

LEIA: 8 Direitos da Crianças às histórias

24 LIVROS INFANTIS DA BIBLIOTECA VERDE PARA CRIANÇAS

 

1.Um passeio pela natureza

Um livro de capa dura com janelinhas de espiar que revela toda a riqueza e beleza do mundo natural: sementes germinando, flores brotando, pequenas criaturas espalhados pelo mundo que são fundamentais para o equilíbrio da natureza.

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2.Pássaros e suas casas

Como são os ninhos de diferentes tipos de pássaros? Neste livro a criança irá conhecer  a casa de várias espécies de aves, onde elas vivem e fazem seus ninhos. Há casas de vários formatos e tamanhos. Abrindo as janelinhas, é possível descobrir muitas coisas sobre os pássaros: como eles se protegem, do que se alimentam, e muito mais. A partir dessa leitura, seu jardim poderá se tornar um lugar mais agradável para os passarinhos. Livro cartonado.

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3. A árvore

O livro revela o crescimento das plantas – do nascimento do brotinho, da semente até os frutos, com várias janelinhas cheias de surpresas e muitas ilustrações de animais e insetos. Super interativo, capa dura.

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4.Sementes de cabanas encantadas

Este é o livro encantado das famosas sementes de cabanas. No diário de viagem do famoso explorador Afonso Cagibi, você conhecerá as mais incríveis moradas do mundo, espécies variadas de  cabanas – de passarinho, de caramujo, de pescador, etc. Acompanhada de lindas ilustrações, Cagibi relata minúcias preciosas das cabanas que desbravou pelo mundo a fora.

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5. A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra

O livro narra as aventuras de um grupo de crianças que se reúne num parque do bairro para brincar. No decorrer da tarde, essa turminha inventa muitas brincadeiras e brinquedos com materiais naturais que encontram pelo parque, mostrando que a imaginação das crianças é o melhor brinquedo.

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6. A Floresta

O livro conta a história de um camundongo que deixa sua casa  para explorar a floresta. O que ele encontra não é o que imaginava, a floresta reserva muitas surpresas – encontros e enfrentamentos.

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7. Oceano

Quem são os habitantes do mar? Esta é uma jornada pelos oceanos que explora a grande floresta marítima de algas – seres marinhos exuberantes. Alguns são mestres do esconderijo e da camuflagem como o peixe-pedra que fica imóvel e engole animais que se aproximam dele ou ainda o peixe-camarão  que se esconde entre os espinhos do ouriço-do-mar. O livro fala sobre o vento e suas ondas, as marés, as criaturas que vivem nas profundezas do oceano. Uma leitura para instigar a curiosidade das crianças.

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8. A árvore generosa

Uma história sobre a amizade entre um menino e uma árvore que mostra a generosidade da mãe natureza, além da ambição humana. O menino desfruta de tudo o que a árvore pode oferecer – seus frutos, sua sombra, seus galhos.  Entretanto, a medida que o menino cresce, aumenta sua ganância e assim ele extrapola a exploração dos recursos da árvore. Uma história para exercitar a empatia incentivando nos colocarmos no lugar da árvore.

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9. O Jardim Curioso

Uma história para refletir sobre a ética do cuidado. O livro conta a história de uma cidade sem nenhum tipo de vegetação – sem árvores e jardins. Liam, um menino curioso, acaba descobrindo uma passagem que dá acesso aos trilhos de uma antiga estação de ferro. Lá, ele faz uma descoberta que desperta sua vocação de jardineiro. Passa então a cuidar deste espaço e a partir disso transforma a realidade cinzenta da cidade. Por suas mãos cuidadosas uma nova cidade começa a renascer.

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10. Lua, A noite por todo o mundo

Por que  a Lua brilha no céu noturno? As páginas recortadas deste livro refletem os diferentes formatos da Lua durante todo o ciclo lunar. Uma história cheia de poesia sobre a vida noturna, à luz do luar.

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11.De flor em flor

Este livro-imagem revela o olhar curioso de uma menina em suas andanças pela cidade ao lado de seu pai. Ela anda atentamente descobrindo a natureza por onde passa,  colhendo flores que crescem entre as fendas do concreto da cidade.

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12. Uma floresta de histórias – contos de árvores mágicas do mundo todo

O livro conta a história de sete árvores especiais, inspiradas no folclore de sete povos diferentes. Cada história tem como personagem central uma árvore dotada de poderes mágicos e despertam um senso de humildade e reverência a estes seres da natureza.

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13. A árvore

Árvore tem dono? Neste livro, o autor, como dono de uma árvore que é também de morada para os passarinhos e pequenos insetos, fala sobre a passagem do tempo e  sobre todo aprendizado que adquiriu convivendo com sua árvore.

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14. O mundo nunca dorme

Este livro, sobre natureza, convida as crianças a conhecer um universo paralelo, que fervilha de vida enquanto elas dormem. O mundo pode parecer adormecido na calada da noite, mas não está. Enquanto damas-da-noite desabrocham e estrelas brilham, a natureza dá sequência ao ciclo da vida.

Um gato que perambula pelas ilustrações é testemunha silenciosa, na casa e no quintal, das incontáveis vidas noturnas e diurnas. Uma atmosfera de mistério envolve tudo – até os desenhos naturalistas dos animais no final do livro.

Que criaturas são essas? Ficou curioso(a)?

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15. Cada um na sua toca

Um livro que fala sobre uma forte tempestade na floresta que levou os animais de volta às suas tocas. Cada bicho reage de um jeito ao ter que passar tanto tempo em sua casa até que a tempestade vá embora. Uns intensificam os cuidados com os seus, enquanto outros aproveitam para colocar tudo em ordem. Alguns bichos sentem muita falta dos amigos… Uma história que remete o momento que a humanidade está vivendo tendo que ficar em casa também. Uma maneira descontraída de conversar com as crianças a cerca de um tema tão denso.

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16. Uma árvore

Alina resolveu plantar uma árvore. Sua atitude desencadeou uma série de mudanças. Da árvore cresceu um galho. No galho passarinhos construíram seu ninho. No ninho surgiram 3 ovinhos. E se a menina não tivesse plantado a árvore? Pequenas atitudes transformam o mundo. Uma história de fé, pois todo aquele que planta, tem que acreditar no poder da semente. E se cada criança tivesse a mesma atitude de Alina?

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17. Arca de ninguém

Esta é uma releitura da história da Arca de Noé que relata de forma bem humorada a dificuldade que Noé teve para convencer os bichos sobre a catástrofe que estava por abater a Terra e assim entrarem na arca.  Só que a água foi subindo, subindo e os animais que até então resistiam entrar na arca juntos defendendo interesses pessoais,  não tiveram outra saída senão esquecerem suas diferenças e entrarem com urgência na arca. Quanto tempo nós, seres humanos, demoraremos a perceber que a água já está na altura dos nossos pescoços?

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18. O menino do dedo verde

Um clássico da literatura para crianças e jovens em todo o mundo. O livro conta a história de um menino diferente que transformava tudo o que tocava, suas impressões digitais causavam reverdecimento e alegria. As proezas de seu dedo verde eram originais e um segredo entre ele e o velho jardineiro, Bigode, para quem seu polegar era invisível e seu talento, oculto, um dom do céu.  A mágica história de Tistu, garoto com raro poder de semear o bem por onde passa, é uma aventura fantástica com final singelo e extraordinário.

Publicado originalmente em 1957, é considerada uma obra inovadora por ser a primeira a tratar de ecologia. Rico em simbologias, o livro ultrapassa os limites da ecologia para abordar temas profundos do florescimento humano. Druon apresenta um menino que rompe os muros da escola para conhecer o mundo na prática, aprender com a vida real – a melhor escola.

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19. A caverna e o forno

Numa  caverna fria e escura habitavam os homens, até que Prometeu – um semideus, ofereceu o fogo aos habitantes da caverna, advertindo-os para que não deixassem o fogo morrer, pois desconhecia como fazer o fogo.  O homem com sua inteligência  foi além: descobriu a arte de fazer fogo, desafiando os deuses, e ambicioso inventou muitas coisas em nome do progresso, transformando a caverna, sua casa, num lugar quente, poluído e fétido.  A caverna, como uma metáfora do planeta Terra, é apresentada pelo autor como um organismo sem ânus. Todo organismo, para viver, tem de ter meios para colocar para fora de si  seus resíduos tóxicos. Sem esfíncteres que realizem essa função excretória, o organismo morre. O que acontecerá com a Terra se não assumirmos a função de reciclagem dos resíduos que produzimos?

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20. Brasileirinhos do Pantanal

Este é o quarto volume da coleção Brasileirinhos, de  Lalau e Laurabeatriz, que agora  se voltam para a fauna pantaneira, dando versos e ilustrações aos animais que lá habitam. Do piau-três-pintas ao lagarto-jacaré, essa seleção vai divertir e conscientizar os pequenos leitores sobre os tesouros vivos do Brasil. O Pantanal é a maior planície de inundação do mundo  e guarda em suas matas uma diversidade enorme de animais.

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21. O quintal da minha casa

O quintal desse livro é cheio de plantas e bichos. Ele tem céu estrelado, sol e chuva. Nele, vivem muitas pessoas ― cada uma de um jeito diferente, mas todas iguais em sua humanidade. Mas andaram mexendo no quintal e, destruindo o que deveria ser preservado. Uma história que convida a refletir sobre o meio ambiente e como estamos cuidando de nosso planeta.

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22. Era uma vez uma semente

Como pode uma semente se tornar uma planta que formará novas sementes? Uma menininha muito esperta, acompanha o processo de transformação das plantas ao lado do seu querido avô. Juntos eles observam o germinar da semente, seu crescimento, o que ela precisa para se desenvolver e muito mais.

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23. Menininho

24. Lolo BarnabéO livro conta a história de Lolo e sua família que viviam no tempo das cavernas . Lolo era um sujeito inteligente e criativo. Ele, sua mulher e seu filho, foram inventando coisas para facilitar a vida e conquistar a felicidade. Porém a cada invenção tecnológica, precisavam trabalhar mais para satisfazer novas necessidades.  Até o dia que foram obrigados a repensar aquele modo de vida. Como ser feliz com tantos objetos sem tempo para o convívio familiar e distantes das coisas elementares da vida? Como fazer o caminho de volta aos valores essenciais da existência humana? Essas são algumas das questões que Lolo e sua família nos instigam a  refletir.

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Abraço e saúde

Ana Lúcia Machado

ATELIÊ LÚDICO DA NATUREZA

Ateliê Lúdico da Natureza – o potencial artístico e lúdico da natureza

Aqui você encontra manualidades afetuosas que refletem a simplicidade do cotidiano de maneira poética.

Tudo inspirado pelo olhar atento para a natureza e pela relação com ela – brinquedos e brincadeiras feitos com elementos naturais.

A natureza influenciou os seres humanos de diversas maneiras ao longo de muitos séculos e é de longe a mais rica fonte de inspiração e conhecimento que temos.

Ao olhar com profundidade para a natureza, percebemos que todas as invenções humanas já apareceram nela de uma forma mais elegante e com um custo muito menor para o planeta.

A diversidade é uma das características mais marcantes e belas do reino vegetal, no reino mineral, animal e humano. Dialogar com as materialidades da terra é uma das premissas do meu trabalho no Ateliê Educando Tudo Muda.

NATUREZA – MATÉRIA PRIMA PARA A ARTE OU A PRÓPRIA ARTE?

Bem-vindo (a) ao Ateliê Lúdico da Natureza do Educando Tudo Muda!

 

T R I O  D E  G N O M O STrio de Gnomos

Conjunto de três Gnomos em caixinhas individuais, feitos em mini pinha natural.

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prensa-botânciaM I N I  P R E N S A  B O T Â N I C A  M Ó V E L

Para prensagem e desidratação de flores e folhas.

Esta mini prensa botânica é prática – ideal para ser transportada com facilidade em passeios ao ar livre com as crianças. Amarrada à cintura, propicia liberdade de movimentos corporais para coleta dos elementos naturais e manipulação da prensa para armazenamento dos achados da natureza.

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Presépio Sagrada famíliaM I N I  P R E S É P I O  S A G R A D A  F A M Í L I A

Feito com elementos naturais – mini pinha, graveto, madeira, lã, etc. Composto por Maria, José, o menino Jesus, o anjo, seis estrelinhas e um molde em papel cartão para montar a casinha, possibilitando colorir o chão de terra do estábulo, o céu, e a colagem das estrelinhas.

Acompanha um livreto – ‘A montagem do presépio’, que fala sobre o Advento, o processo de preparação do presépio até o Natal. Uma vivência inesquecível para as crianças e toda a família, envolta em reverência e encantamento.

 

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Jogo da memória NaturezaJOGO DA MEMÓRIA

Jogo da memória artesanal. Figuras em folhas desidratadas. Contém 24 peças (12 pares).

 

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Gnomos em mini pinha naturalG N O M O S 

E M  M I N I  P I N H A  N A T U R A L

Gnomos são seres que vivem sob a terra, nos ocos do troncos das árvores, onde guardam seus tesouros. São criaturas mitológicas que nutrem a imaginação da criança.

Este kit com sete Gnomos acompanha um livreto inspiracional ‘Conexão Natureza’.

 

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C A D E R N O  E N T R E  F L O R E S

Quem está escondido? Pegue a lupa e procure.

Em cada página da publicação, você encontrará escondido entre as flores, vários bichos de jardim: formigas, borboletas, joaninhas, entre outros. A cada página uma surpresa! O caderno acompanha uma lupa para procurar os bichos.

 

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CAIXA DE TESOUROS DA NATUREZA

Caixa de tesouros com elementos naturais sortidos. Seis compartimentos individuais com elementos naturais depositados em pétalas de flores de primavera. A beleza, diversidade e preciosidade do reino vegetal.

 

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T R I L O G I A  P O É T I C A  D E  G A V E T A

Três poemas engavetados em caixas de fósforos decoradas. Uma trilogia que expressa o olhar reparador de cotidianidades, das miudezas e “desimportâncias” que nos rodeiam – 1.Revelação, 2.Olhos de assombro, 3.Roupas no varal

 

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BruxinhaB R U X I N H A

Bruxinha toda feita em elementos naturais. Embalada em uma caixinha transparente com um fundo de céu em feltro. Ao adquirir a Bruxinha, você receberá por e-mail um catálogo digital de histórias infantis de bruxas, uma seleção criteriosa de livros cuja protagonista é uma bruxa.

 

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D U E N D E S  G U A R D I Õ E S  D A  N A T U R E Z A

Um conjunto de quatro Duendes Guardiões da Natureza feitos de gravetos de eucalipto, lixados, encerados e pintados. Perfeito para brincadeiras, contação de histórias e para decorar o jardim.

 

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Magos de NozesM A G O S  D E  N O Z E S

Tríade de magos feitos de elementos naturais. Símbolo de sabedoria e proteção.

 

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Pipa de mãoP I P A  D E  M Ã O

A Pipa de mão é um brinquedo feito com argola de madeira e fitas de cetim coloridas. Ideal para bebês agarrarem a argola e balançarem as fitas pelo ar e para as crianças maiorzinhas correrem girando as fitas ao vento. Brinquedo de estímulo visual e movimento corporal.

O brinquedo acompanha o livreto “Minhas mãos”.

 

 

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 Adesivos de folhas desidratadasA D E S I V O S  D E  F O L H A S  SECAS

Adesivos decorativos de folhas desidratadas. Conjunto de cinco adesivos circulares acompanhado de um livreto poético.

 

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Sapo papa moscaS A P O  P A P A  M O S C A

Um brinquedo feito em feltro que ajuda no desenvolvimento da coordenação motora da criança, exercitando os reflexos e os movimentos de pinçar e pegar. É só encaixar a mão para tentar pegar a mosca.

 

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Marcador de livro

MARCADOR DE LIVROS

Marcador de livro – Kit com seis marcadores artesanais. Decorados com folhas desidratadas e outros elementos naturais.

 

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Trio de gravetos-bonecosT R I O  D E  G R A V E T O S – B O N E C O S

Trio de Gravetos-Bonecos. Bonecos feitos com gravetos. O terceiro boneco, você é quem faz. Cores variadas: azul, amarelo, branco, vermelho, verde, etc. Produto rústico artesanal.

 

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Bonequinhas-aromáticasBONEQUINHAS AROMÁTICAS

Dupla de mini bonecas aromáticas, nos aromas lavanda e camomila, feita em tecido de malha de algodão e flanela.

 

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Caderno pessoal multi usoC A D E R N O  P E S S O A L  M U L T I – U S O

Este é um caderno multi-uso – pode ser usado como agenda, diário, caderno de desenhos ou poesia com o intuito de criar momentos de pausa para a conexão com sua essência.

Caderno A5, 50 folhas, sem pauta. Capa estampada em mandala feita à mão. Várias opções de cores.

 

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D U P L A  D E  C U R R U P I O

Currupio é um brinquedo da cultura popular, desafiador, que encanta pelo movimento giratório, pelo efeito elástico e pelo som que produz. Basta centralizar o corpo do currupio, segurar nas extremidades, girar bem o fio e quando este estiver bem enrolado, iniciar um movimento de puxar e soltar o fio. Enquanto estiver puxando e soltando o fio pelas extremidades, o currupio não vai parar de girar e zumbir.

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T R A V A – L Í N G U A S  N ATrava línguas na gaveta  G A V E T A

Trava-línguas é uma brincadeira com palavras que estimula a percepção auditiva e a concentração, melhora a dicção da criança e ajuda na leitura oral. Este Trava-línguas na gaveta traz um repertório de 24 trava-línguas.

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Papa-moranguinhoP A P A M O R A N G U I N H O

Um brinquedo feito em feltro que estimula o desenvolvimento da coordenação motora da criança, exercitando os reflexos e os movimentos de pinçar e pegar. É só encaixar a mão para tentar pegar o moranguinho. Seis tonalidades de pele disponíveis – cor 1, 2, 3 ,4, 5, 6

 

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Bonequinho EmojisB O N E Q U I N H O S  E M O J I S

Kit com 3 Bonequinhos Emojis feitos de materiais naturais – bambú e madeira. Você gira o palito de bambú e as expressões faciais do bonequinho vão mudando.

 

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Móbile naturalM Ó B I L E  F L O R A L  

O Móbile colorido, pode ser pendurado no hall de entrada, na parede de destaque no quarto ou onde mais você preferir.

Confeccionado em palha colorida com corantes naturais.

 

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V E S T E  G R A V E T O – B O N E C O

Uma brincadeira divertida de vestir o Graveto-boneco combinando e criando looks diferentes. Não é preciso costurar nada, basta apenas posicionar o tecido na parte do corpo que se deseja vestir e encaixar a matriz do boneco sobre o graveto, e assim ir trocando a roupa com os retalhos do kit.

 

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DIÁRIO DE GRATIDÃO

LANÇAMENTO: LIVRO DIÁRIO DE GRATIDÃO O COTIDIANO SOB NOVO OLHAR

Na condição de seres em construção, nossa existência está pautada no constante desenvolvimento e aperfeiçoamento de nós mesmos. Todo processo de enriquecimento de nossas vidas tem como princípio a gratidão. A gratidão é uma virtude que deve ser cultivada a cada dia. Ela é a capacidade de reconhecer, valorizar e retribuir as dádivas recebidas.

Este é um convite para uma jornada ao longo de doze meses. Você tem em mãos um livro diferente. Além de leitor, você será autor de sua própria história, tecida dia a dia por meio da prática da gratidão.

Aqui você será estimulado a registrar diariamente seus agradecimentos, e guiado com orientações de como exercitar a gratidão na sua vida. A prática da gratidão apura o olhar para o cotidiano revelando novas paisagens e encantamento pela vida.

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LIVRO A TURMA DA FLORESTA UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA

O livro conta a história de um grupo de crianças que se reúne num parque do bairro para brincar. No decorrer da tarde inventam muitas brincadeiras com o que a própria natureza lhe oferece.

João é a primeira criança a chegar no parque numa tarde fria de outono. Enquanto espera a Turma da Floresta, caminha pelo parque, até que tropeça num graveto. O menino apanha o graveto do chão e assim tem início uma tarde cheia de aventuras e brincadeiras.

Em quantos brinquedos diferentes um simples graveto pode se transformar nas mãos da crianças? Acompanhe as brincadeiras da Turma da Floresta pelo parque e descubra o mundo fantástico da imaginação infantil.

O livro acompanha um boneco feito com gravetos.

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LIVRO DO EDUCADOR BRINCANDO COM A NATUREZA

O livro convida à  prática de um brincar vivo e ecológico no dia a dia com as crianças; um convite à defesa do exercício imaginativo , da saúde da infância e do planeta. Brincar em espaços naturais nos coloca diante da vocação lúdica da natureza e  expõe a criança à riqueza e diversidade dos elementos naturais, abrindo um leque de possibilidades de brincadeiras e invenção dos próprios brinquedos pela criança, tendo a natureza como matéria-prima,  ensinando a fazer brinquedos com elementos da natureza, além de divertidas brincadeiras que nutrem a imaginação da criança e estimulam a criatividade.

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Entrega para todo o Brasil com promoção de frete gratuito.

 

Abraço

Ana Lúcia Machado   

8 Direitos das Crianças às Histórias – contadores de histórias

direito das crianças às histórias

Você conhece os 8 direitos das crianças às histórias?

Somos feitos de histórias – um mar sem fim de narrativas. Desde o nascimento, estamos rodeados por elas e conta-las faz parte da essência do humano. Dessa forma, somos todos contadores de histórias, passando nossa existência a lapidar e contar nossa própria história de vida.

direitos das crianças às históriasAs histórias oferecem, seja no âmbito familiar, escolar, sociocultural, oportunidades de aprendizados de si, reconhecimento do outro, estreitamento de vínculos, compreensão do mundo, e contexto de vida. Além disso, estimulam a capacidade de escuta, o diálogo, contribuem ainda para a formação de leitores, e incentivam o hábito da leitura, que por sua vez auxilia na compreensão do texto escrito e assimilação das entrelinhas.

E é sempre bom lembrar que “Na infância, o que se ouve ou se vê não sobe para o cérebro. Desce para o coração e ali fica escondido” – Humberto de Campos, sendo assim, quantas histórias habitam o seu ser?

Então vamos aos 8 Direitos das Crianças às Histórias?

  1. Toda criança, sem distinção de raça, língua ou religião, goza de pleno direito de conhecer as fábulas, mitos e lendas da tradição oral de seu país, dos países irmãos ou do resto do mundo.
  1. Toda criança tem o direito de inventar e contar suas próprias histórias, assim como o de modificar as já existentes. Criando e recriando suas próprias versões.
  1. Toda criança tem o direito de ouvir histórias sentada no colo dos avós. As que tenham os avós vivos poderão cedê-los às crianças que não tenham avós que lhes contem histórias.
  1. Toda criança tem o direito de manifestar abertamente sua alegria e carinho para com aquele adulto contador de histórias que faça vibrar sua imaginação, permitindo-lhe que habite o maravilhoso mundo da literatura.
  1. Toda criança tem o direito de exigir novas histórias e os adultos têm o dever de se nutrir sempre de imaginativas histórias, próprias ou alheias, longas ou curtas, com ou sem: reis, lagartos, castelos, fadas ou dragões. O único imperativo é que sejam bonitas e interessantes.
  1. Toda criança tem o direito de adormecer enquanto lhe contam uma história.
  1. Toda criança tem o direito de pedir outra e mais outra história e de pedir que lhe conte um milhão de vezes a mesma história.
  1. Toda criança tem o direito de crescer acompanhada de um mágico: “era uma vez…” que lhe abre a porta da imaginação em direção aos sonhos mais belos da infância.

Fonte: O Direito a Verdade – Cartas para uma criança – Dr. Leonardo Posternak, Ed. Globo)

Em um ranking mundial de índice de leitura, o Brasil ocupa a 59ª posição dentre 70 países. Apenas 1 em cada 4 brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura. Uma criança que tem uma família que lê para ela, chega aos 5 anos de idade com 6.000 palavras a mais que aquela que não tem. Estes importantes dados podem ser conferidos no documentário Para gostar de Ler, que fala sobre a importância da leitura na Primeira Infância. Idealizado e produzido e por Francesco Civita, o documentário está disponível no YouTube.

direito das crianças às históriasTodo adulto se constitui um contador de histórias. Se você é mãe, pai, avô ou avó, tia ou tio, acesse seu repertório interior e conte suas memórias de infância para as crianças. Leve seus filhos para a cama com um bom livro de contos de fadas se eles ainda forem pequenos. Se você é professor, aprimore-se na arte de contar histórias e perceberá como as crianças aprendem melhor por meio delas.

Acesse a Biblioteca Verde do Educando Tudo Muda , conheça os livros da literatura infantil selecionados para as crianças e não se esqueça dos 8 Direitos das Crianças às Histórias.

Siga o @educandotudomuda no Instagram e fique atualizado  com lançamentos e  sugestões de leitura.

Abraço e saúde

Ana Lúcia Machado

HISTÓRIAS DE BRUXAS – POR QUE CONTAR HISTÓRIAS DE BRUXAS PARA AS CRIANÇAS?

A Bruxa na literatura infantil

Entes estranhos e seres encantados sempre estiveram presentes nos contos de tradição oral, e desde o surgimento da literatura infantil, no século XVIII, a figura da bruxa tem sido marcante.

As bruxas constituem uma das mais populares criações do imaginário – símbolo do contato com a natureza, do poder do feminino, e do desejo de transformações.

Com uma pitada de bem e de mal, muitas vezes são representadas de chapéu pontudo, verruga no nariz e com poderes sobrenaturais. São criaturas horrendas, malvadas, que voam numa vassoura e adoram fazer poções mágicas.

Histórias de bruxasEsta personagem faz parte da infância de todos os tempos, em diferentes culturas. Nas  narrativas mais modernas, por vezes, aparece como seres mais divertidos, atrapalhados e nem tão maus assim.

Nos contos de fadas temos bruxas famosas, tais como a Rainha Malvada da Branca de Neve e os sete anões, e a Malévola da Bela Adormecida. Temos ainda as bruxas do Mágico de Oz , a Madame Min da Espada era a lei e muitas mais.

No Brasil, a representação da bruxa aparece com a personagem Cuca, de Monteiro Lobato, no Sítio do Picapau Amarelo. Caracterizada como uma velha com rosto de jacaré e dedos de gavião, a Cuca rouba as crianças que não querem ou demoram a dormir.

No final da década de 70, com a ascensão da literatura infantil, a bruxa conquista as narrativas autorais, com histórias de Maria Clara Machado, A bruxinha que era boa; de Sylvia Orthof, Uxa – ora fada, ora bruxa; de Bartolomeu Campos Queiroz, Onde tem bruxa tem fada, entre outras.

Exemplos de bruxas mais recentes podem ser encontrados nas histórias da Bruxa Onilda de Enric Larreula e Roser Capdevila, e de Harry Potter de J. K. Rowlling.

POR QUE CONTAR HISTÓRIAS DE BRUXAS PARA AS CRIANÇAS?

A figura da bruxa, presente nos contos de fadas, que foram depurados ao longo dos tempos, auxilia na organização da psique infantil, uma vez que os seres encantados estão ligados à essência do ser humano, e ao nosso lado sombrio, que esconde comportamentos e desejos que temos dificuldade de expressar.

Histórias de bruxasEva Furnari, a mestre das bruxas dos livros ilustrados brasileiros, nos adverti sobre a importância das histórias como caminhos para resolver conflitos, oferecer  soluções, e ajudar a elaborar questões internas.

As histórias dão às crianças um repertório que contribui para a leitura de mundo. De  acordo com psicólogos, psiquiatras, pedagogos e demais especialistas, na figura da bruxa, os pequenos encontram uma maneira de lidar e enfrentar seus medos.

Para o psiquiatra e escritor Celso Gutfreind,

o medo tem uma função importante nos contos, representando uma emoção fundamental para toda a vida do ser humano e constituindo-se em um fator de proteção durante a infância. Aprender a lidar com ele é um desafio para a criança.” (Contos e desenvolvimento psíquico)

Então não tenha receio de contar histórias de bruxas para as crianças e aproveite esta  seleção de livros com histórias de bruxas variadas – más, boas, divertidas, e atrapalhadas. Ótima leitura e bom divertimento!

HISTÓRIAS DE BRUXAS

Clique no título do livro para ver a capa e ter acesso a mais informações: 

  1. A bruxa Zelda e os 80 docinhos, Eva Furnari

Uma narrativa divertida e cheia de aventuras que se passam na cidade de Piririca da Serra, onde vive a Bruxa Zelda. Bóris, um cientista, fica sabendo de uma fórmula que contém o elixir da juventude e essa preciosidade está anotada num caderno amarelo. Mas Tia Ambrósia, tia de Bóris, também tem um caderno amarelo, contendo incríveis receitas culinárias. A Bruxa Zelda deseja obter a fórmula, mas com qual receita irá se deparar? Essa é uma história criada há mais de 20 anos continua a encantar e fazer rir as crianças.

 

  1. A Bruxa do armário de limpeza, Pierre Gripari

Nesta história a bruxa vive em um armário de limpeza, perto da porta de entrada de uma casa recém-comprada. O novo morador chegou a desconfiar do preço baixo pago pela casa, mas não fazia ideia dos desafios que teria que enfrentar para conseguir morar na casa e se livrar da bruxa.

 

  1. As memórias da Bruxa Onilda, Enric Larreula e Roser Capdevila

Desde criança, Bruxa Onilda apronta poucas e boas. Sempre atenta às magias de sua mãe, a bruxinha acaba aprendendo cedo como utilizar seus poderes. No primeiro aniversário, ganha um bolo e um grande ovo, de onde sai a coruja Olhona, que vira sua grande amiga e companheira de aventuras.

 

  1. Carona na vassoura, Julia Donaldson

Uma bruxa sorridente voava em sua vassoura, quando o vento derrubou seus pertences… Alguns animais ajudaram a recolher os itens e, agradecida, ela resolveu lhes dar uma carona em sua vassoura. Mas será que ela aguentaria o peso?

 

5.Bruxinha Zuzu, Eva Furnari

A Bruxinha Zuzu é uma bruxa, claro, mas quem reparar direito vai ver que ela tem umas coisinhas diferentes. Neste livro a história é contada com imagens e não com palavras. A personagem da história atribui à varinha mágica todas as confusões que acontecem ao longo da narrativa.

 

  1. As bruxas, Roald Dahl

Você saberia reconhecer uma bruxa de verdade? Bruxa de verdade nem parece bruxa. E aí está o perigo. Como é que a gente vai saber quem é bruxa e quem não é? Pois este livro conta a história de um menino que, de tanto se meter em encrenca com bruxas, acabou especialista no assunto.

 

  1. Era uma vez uma bruxa, Lia Zatz

Esta é uma história muito especial  em forma de carta enigmática. A bruxa Meleca, cansada de sua vida tranquila em uma linda floresta, resolve mudar para um lugar mais movimentado para viver novas aventuras: a cidade. E tantas aventuras ela vive, que quase termina sua história em um hospital para bruxas.

 

  1. Bruxinha Zuzu e o gato Miu, Eva Furnari

Este livro conta histórias da Bruxinha Zuzu e de seu amigo, o gato Miú, que é um bichaninho exageradamente dramático, trágico, sentimental e medroso, além de envergonhado.

 

  1. Bruxa Onilda em apuros, Enric Larreula e Roser Capdevila

A festa à fantasia’ – Bruxa Onilda foi convidada para uma festa à fantasia e não sabia o que vestir. Depois de muito experimentar, decidiu ir de múmia. A festa foi um sucesso e – quem diria! -, apesar de ficar quase sem roupa, a bruxa ganhou o concurso de melhor fantasia! ‘A hora da verdade’ – Em uma de suas experiências malucas, Bruxa Onilda inventou o soro da verdade.

 

  1. As cartas de Ronroroso, Hiawyn Oram

Ele se chama Ronroroso Seramago de Bragança B e tem um problema grande como seu nome: sua bruxa, Hilda Bruxilda, quer ser tudo, menos o que deveria ser… Suba na vassoura e divirta-se à beça com os dramas do gato da bruxa que não quer ser bruxa!

 

  1. Histórias de bruxa boa, Lya Luft

Um livro cheio de feitiços e fantasia que mostra que a magia está no ar: qualquer jardim pode ser habitado por fadas e duendes, de repente bichos podem falar, uma avó pode voar montada numa vassoura e uma neta pode ser ajudante de feiticeira! Quem diria que a avó de Tatinha era uma bruxa boa chamada Lilibeth?! E como toda bruxa boa, ela só fazia feitiço para proteger as pessoas e assustar as bruxas más. Mas o que ninguém na escola esperava é que Tatinha logo se tornaria uma bruxinha-ajudante da avó. Nestas histórias dois mais dois podem não ser quatro, o claro pode ser escuro e o sol pode virar lua!

 

  1. A bruxa Jezibaba e a menina bordadeira, Fabio Sombra

A tal bruxa tinha uma coruja que sonhava em ser colorida. Eis que uma menina bordadeira, com a ajuda de um feitiço, poderia lhe dar cores. Uma narrativa envolvente e emocionante, contada em cordel.

 

  1. Bruxa, bruxa, venha a minha festa, Arden Druce

A bruxa desta história recebe um convite para uma festa. E uma festa bem estranha na qual estarão presentes um pirata, um tubarão, um lobo, um espantalho, uma coruja e outros tantos personagens… Uma narrativa, marcada pela repetição do texto do anúncio do convite, e pela beleza das imagens, repletas de detalhes e de cores e que, muitas vezes, dão indicações de quem será o novo convidado.  A bruxa é convidada para uma festa e diz que só irá se o gato for. Esse pede para chamar o espantalho, que quer levar a coruja e, assim por diante, de modo que várias criaturas acabam sendo convidadas. As crianças adoram.

 

  1. A bruxa Salome, Audrey Wood

Antes de ir ao mercado, a mãe avisou: “Não abram a porta para estranhos”, mas as crianças deixaram entrar a bruxa Salomé! Agora, só a mãe poderá salvá-las.

 

  1. A inacreditável história de crianças perdidas, Jean Claude

Gilda vivia aprisionada por um Ogro horrível. Era sempre muito obediente, porque não queria ser devorada. Godofredo também estava preso com uma Bruxa horrorosa. Ele tinha que fazer tudo que ela pedia e não tinha sossego nunca. Os dois não aguentam mais, vão ter que bolar um plano e juntar coragem para sair dessa situação, ou melhor, fugir!

 

  1. Sorumbática, Eva Furnari

Era “Noite das Travessuras”. A campainha da casa das tias tocou pela quinta vez. PHÉÉÉ! Eles abriram a porta esperando que fossem os pequenos bruxos pedindo guloseimas. Mas… Oh! Não! Quem seria?

 

  1. Como apavorar as bruxas, Catherine Leblanc

Bruxas, vampiros e monstros… Agora o leitor vai aprender como se defender de todos eles. Bruxas são observadoras poderosas e estão sempre à espreita para pegar crianças desprevenidas. Já os vampiros são seres da noite que vagam pelos céus escolhendo suas vítimas! Quem nunca teve medo de histórias assim? Este é praticamente um manual de sobrevivência contra tudo o que nos assusta ajudando os pequenos leitores a encarar e superar seus medos de uma forma criativa e bem-humorada!

 

  1. Mortina, Barbara Cantini

Mortina é uma menina diferente de todas as outras: ela é uma menina-zumbi. Passa os dias no Palacete Decrépito com sua tia Fafá Lecida e seu inseparável amigo, o galgo albino Tristão. O maior sonho de Mortina é ter amigos de sua idade para brincar, mas sua tia nunca deixa que ela saia de casa, porque tem medo da reação dos humanos ao conhecerem a pequena zumbi. Para sua alegria, um dia a oportunidade perfeita aparece: o Dia das Bruxas, quando todas as crianças saem às ruas com as fantasias mais horripilantes. Mortina nem vai precisar trocar de roupa para encarar a maior aventura de sua vida.

 

  1. O grande livro das bruxas, vários autores

Ainda que não se acredite nelas, há bruxas por toda parte! Prepare-se para se apavorar e se divertir com contos, jogos e as histórias mais horripilantes e engraçadas. Neste livro, feito pelos mais importantes ilustradores do mundo, as bruxas estão à solta. Prontas para aterrorizar!

 

  1. Manu e a Cuca, Juan Chaveta

Ninguém nunca viu a Cuca, mas todo mundo tem medo dela. Quer dizer, todo mundo, não. Manu não tem! Um dia, ela acordou com uma Cuca perto dela, aquela que os pais chamam para pegar crianças que não dormem. Manu, percebendo que a Cuca parecia triste, resolveu escrever um “Cuconário”, verbete biográfico de como ela via a Cuca, e assim descobriu que nem sempre o que se ouve é verdade!

 

  1. A vassoura encantada, Chris Van Allsburg

A viúva Minna Shaw adota como ajudante uma vassoura mágica, abandonada em sua casa por uma bruxa. A vassoura faz de tudo: limpa, corta lenha, alimenta as galinhas e até toca piano. Acontece que a vizinhança não se conforma com a presença da vassoura e querem destruí-la.

 

  1. Casa do Cuco, Alexandre Camanho

Cuco, é um astuto e cauteloso pássaro que, com seu cantar, alerta os animais das armadilhas, quase sempre fatais, da maldosa bruxa. Certo dia, o cuco, fantasiado de estranho forasteiro, chega à casa da bruxa e consegue enganá-la, trocando os animais que ela mantinha em cativeiro por um falso cuco. A vingança da velha não tarda e o pássaro é capturado para sempre. Mesmo assim, ele cuidará da proteção e do destino das criaturas da floresta, saindo de hora em hora da casinha onde foi aprisionado. Trata-se de um reconto de texto de tradição oral alemão, que explica a origem dos relógios de madeira com o pássaro cuco entalhado. A narrativa foi enriquecida com novos elementos, situações de conflito e personagens.

23. O Saci, Monteiro Lobato

O saci é um dos mais icônicos livros do universo do Sítio do Picapau Amarelo. É nessa história que a temida Cuca aparece pela primeira vez, além de tantos outros personagens do folclore brasileiro. Ao lado de um saci arteiro, mas com bom coração, Pedrinho embarca em uma aventura pela floresta nos arredores do sítio para salvar sua prima Narizinho das terríveis garras da bruxa Cuca.

 

BruxinhaAproveite para conhecer uma bruxinha feita 100% de elementos naturais que poderá ajudar você professor, mãe, pai, etc, a contar histórias para as crianças – à venda no Ateliê/loja do Educando Tudo Muda.

 

Abraço e saúde

Ana Lúcia Machado

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Jacoby, S. (2010). A bruxa no imaginário infantil: <i>A última bruxa</i> de Josué Guimarães. Letras De Hoje44(4). Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/6549

https://labedu.org.br/livros-que-fazem-criancas-crescerem-49-sob-o-feitico-das-bruxas-1/

https://quindim-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/quindim.com.br/blog/por-que-criancas-precisam-conhecer-bruxas-e-contos-de-fadas

 

 

A REVOLUÇÃO DO BRINCAR SEM PLÁSTICO EM 12 PASSOS – como libertar as crianças da infância plastificada

brincar sem plástico

A revolução do brincar sem plástico é em primeiro lugar um convite ao brincar livre em contato com a natureza, além de uma proposta de reflexão sobre atitudes éticas de consumo dos brinquedos plásticos. Trata-se de um alerta para as famílias e as instituições educacionais a respeito dos impactos do consumo de brinquedos plásticos na saúde das crianças e do planeta.

Já parou para pensar que quase tudo ao nosso redor é composto por plástico e o quão presente ele está na vida das crianças? Muitos utensílios infantis de uso diário são feitos desse material: mamadeiras, chupetas, copos, pratos e principalmente brinquedos. O plástico está tão impregnado em nossas vidas que fica difícil imaginá-la sem ele. É urgente trazer para discussão o seu consumo ético.

A produção e o consumo desenfreado do plástico, bem como a poluição causada por ele, tornou-se um problema global e um dos maiores desafios ambientais para a humanidade. Os números são alarmantes. A população mundial produz algo em torno de 300 milhões de toneladas de plástico por ano, poluindo o solo, a água, e o ar.

brincar sem plasticoSegundo o estudo “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização” realizado em 2019 pela Ong  (WWF),  o Brasil é o 4º país do mundo que mais gera lixo plástico, sendo que apenas 1,28% é reciclado.  Além disso, 77,5% dos municípios brasileiros não realizam a coleta seletiva, ou seja, grande parte dos resíduos são perdidos, indo parar em lixões, aterros, bueiros, rios, lagos, mares e oceanos.

O Brasil está em 16º lugar num ranking de países que mais descartam resíduos plásticos no oceano. De acordo com a  ONU Meio Ambiente, o mar poderá ter mais plástico do que peixes até 2050, se continuar este consumo crescente.

Ao analisar o mercado de brinquedos no Brasil, diretamente ligado à cultura da infância, constata-se um faturamento anual na ordem de R$ 10,5 bilhões. Um mercado que despeja regularmente novidades nas prateleiras das grandes redes varejistas. Somente em 2016, contou com mais de 9.000 modelos de brinquedos, atraindo a atenção do público infantil, instigando o desejo por novos brinquedos, alimentando assim a insatisfação das crianças e seu comportamento consumista.

Sabe-se que 90% dos brinquedos fabricados no mundo são feitos de plástico e que nem todo tipo de plástico é adequado para a produção de brinquedos. Algumas substâncias utilizadas na fabricação desses produtos são potencialmente tóxicas, cancerígenas e causadoras de distúrbios hormonais nas crianças.

Brinquedos de plástico

 

 

Estima-se uma produção de 1,38 milhão de toneladas de brinquedos de plástico  no período entre 2018 e 2030. Mais de um terço desse total corresponde a embalagens dos brinquedos que são descartadas de imediato, e  por conta da mistura de tipos de plásticos e a adição de pigmentos e brilho, torna a reciclagem praticamente impossível  e o problema ainda maior.

E mais, ao considerarmos o tempo de decomposição do plástico, cerca de 500 anos, conclui-se  que todos os brinquedos de plástico fabricados até hoje continuam existindo no planeta, seja na forma de outros produtos por meio da reciclagem, ou acumulados em aterros sanitários. Sabe-se ainda que ao fragmentar-se em microplásticos, esses resíduos contaminam a água, os alimentos, e ameaçam a vida de vários seres viventes.

Outro agravante são aqueles brinquedos de origem duvidosa, de fácil aquisição e baixo custo, brinquedos contrabandeados, sem certificação do INMETRO. Há brinquedos de baixíssima qualidade que quebram facilmente e logo são descartados indo parar no lixo em curto tempo.

 

A REVOLUÇÃO DO BRINCAR SEM PLÁSTICO

Neste mês de julho está acontecendo uma campanha global denominada “Julho sem plástico”.  A campanha tem por objetivo diminuir o uso e o descarte de plástico no planeta. Esse movimento começou em 2011 com a Ong australiana Plastic Free Foundation pedindo para as pessoas, durante o mês de julho, evitarem o uso de plásticos descartáveis, de uso único ou de curto prazo. O sucesso da iniciativa ganhou adeptos por todo o mundo.

Pegando carona neste movimento, Educando Tudo Muda propõe a reflexão sobre a presença do plástico no brincar da criança, o desafio do brincar sem plástico, e sugere algumas ações para diminuir a quantidade de brinquedos plásticos visando a redução da sua produção e consumo.

 

Por que aderir ao movimento brincar sem plástico?

Além de todas as consequências do consumo desenfreado de produtos plásticos pela sociedade contemporânea, já mencionados neste artigo, é preciso entender a relação das crianças com os brinquedos. Vamos começar falando sobre o que é um bom brinquedo. 

 

Brinquedo precisa ser de plástico? É preciso brinquedo para brincar? Com quantos brinquedos se faz uma infância feliz?

 

Quanto menos estruturado e cheio de detalhes for o brinquedo, mais ele exigirá da criança e permitirá o uso da imaginação e criatividade. Quanto mais simples ele for, maior a liberdade da criança em transforma-lo em outras coisas de acordo com o enredo das suas brincadeiras.

Sob o ponto de vista da imaginação e criatividade infantil, os brinquedos industrializados feitos de materiais sintéticos, criam uma situação de passividade na criança, provocam atrofia psíquica, um certo “empreguiçamento” e empobrecimento da vida interior. Uma vez que esses brinquedos são desenvolvidos com funcionalidades específicas, entregam nas mãos da criança um produto rígido, limitando a atuação infantil, e na maioria das vezes fazendo dela mera expectadora ou executora.

Em termos de estímulos sensoriais, o plástico é um material extremamente limitado e pobre para o desenvolvimento infantil – sem cheiro; é frio e liso ao tato; é leve, possui tamanho desproporcional ao peso; de cor forte e antinatural.

Na concepção do artista plástico e teólogo Gandhy Piorski, autor do livro Brinquedos do Chão, “o plástico é um imitador de realidades que induz a criança a falsas sensações distanciando-a dos processos de aprendizagens do mundo vivo”.

 

COMO LIBERTAR AS CRIANÇAS DA INFÂNCIA PLASTIFICADA

A indústria de brinquedos despeja no mercado todos os anos o oposto ao que acontece no processo do brincar infantil. Susan Linn, psicóloga norte-americana, autora do livro  ‘Crianças do consumo: a infância roubada’, afirma que uma boa brincadeira é 90% a criança e 10% brinquedo. Os brinquedos industrializados, os brinquedos prontos, oferecidos no mercado hoje, fazem exatamente o inverso: sobrepõem-se a potência da criança e ao seu protagonismo.

Indo ainda mais fundo nesta questão, a escritora britânica Jay Griffiths, em seu livro “Kith – the riddle of the Childscape”, afirma que “as crianças que brincam apenas com brinquedos industrializados têm um oco interior que não pode ser suprimido pelo seu próprio brincar e por sua imaginação, criando uma relação de dependência da indústria do entretenimento para sua satisfação constante.”

Pesquisa inédita encomendada em 2019 pelo Programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, e conduzida pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Química Verde, Sustentabilidade e Educação (GPQV), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), apresenta importantes dados que alertam sobre os brinquedos de plástico e seu impacto na saúde das crianças e do meio ambiente – “Infância Plastificada: O impacto da publicidade infantil de brinquedos plásticos na saúde de crianças e no ambiente”

Segundo dados da pesquisa, o Brasil é o 7º maior mercado de brinquedos no mundo, o que representa apenas 2,7%  da demanda global. Entretanto o Brasil tem o maior potencial de crescimento de vendas, uma vez que 20 milhões de crianças brasileiras ainda não têm acesso a brinquedos.

Diante da ganância da indústria e do comércio em relação ao potencial do mercado brasileiro, cabe a nós exigirmos a produção de produtos alinhados a responsabilidade com as questões ambientais e de sustentabilidade planetária por meio do desenvolvimento do design de brinquedos ecológicos, fabricados a partir do reaproveitamento de materiais e novas composições, como plastificantes de fontes renováveis, derivados de produtos vegetais, e biodegradáveis.

 

NATUREZA, O MAIOR E MELHOR PARQUE DE DIVERSÕES E BRINQUEDOS

 

Os ambientes naturais, ricos em áreas verdes, são fonte de um brincar criativo. Sabemos o quanto o brincar é fundamental para o desenvolvimento infantil e a saúde da criança. Entretanto é preciso ressaltar que a potência da atividade lúdica se encontra na própria criança e não apenas nos brinquedos.

É necessário oferecer a criança tempo e espaços que favoreçam o brincar. E não existe lugar mais positivo para isso do que a natureza, o melhor brinquedo. Nela encontramos os estímulos mais ricos e completos para o desenvolvimento integral da criança.

Brincar em espaços naturais coloca a criança diante do potencial lúdico da natureza e expõe os pequenos à riqueza e diversidade dos elementos naturais, descortinando infinitas possibilidades de brincadeiras e invenção dos próprios brinquedos com o que a natureza oferece – gravetos, sementes, folhas, etc.  Brincando com a natureza a criança explora um campo fértil para o exercício da criatividade. As materialidades telúricas são provocadoras, nutrem a imaginação criadora e a vida anímica da criança.

Um passeio na mata, uma caminhada no parque, praça ou jardim, num lugar bonito com pássaros, árvores, plantas, flores, terra úmida e insetos, aguça a curiosidade infantil.

Cheiros novos, sons de pássaros, do vento, das folhas secas. Formas diferentes de folhas, cores variadas de flores. Observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a natureza curiosa e exploratória da criança.

Andar na lama, na chuva. Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher frutos, pegar pedras. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, dar asas à imaginação. Tudo isso são possibilidades encantadoras dos brinquedos oferecidos pela terra. De forma que ao término da brincadeira, em uma autêntica logística reversa, tudo pode retornar para a natureza decompondo se, e gerando mais vida.

Podemos fazer escolhas simples em prol da saúde da criança, mas para isso é necessário atitudes firmes frente aos apelos de consumo da publicidade das empresas fabricantes de brinquedos. Se estivermos convictos dos efeitos negativos deste excesso de plástico na vida da criança e das consequências para o meio ambiente, tenho certeza que será mais fácil dizer “não” para o próximo brinquedo de plástico.

A saúde da criança e do meio ambiente dependem da nossa reconexão com a natureza em todos os âmbitos da vida e da ética do cuidado a todos os seres viventes.

 

COMO MUDAR HÁBITOS?

A mudança começa com pequenas atitudes e cada um de nós pode fazer a diferença.  A conscientização sobre nossos atos e hábitos é o primeiro passo. Comece analisando a quantidade de brinquedos de plástico que você tem em casa. Essa análise também é válida para as escolas, principalmente as escolas de Educação Infantil.

Algumas atitudes podem contribuir para as mudanças que queremos ver no mundo:  o incentivo ao brincar livre na natureza, a aquisição de brinquedos feitos de outros materiais, a redução do consumismo de brinquedos plásticos, o aumento da vida útil dos brinquedos de plástico que as crianças já possuem por meio do  incentivo a práticas de trocas, empréstimos  e doação de brinquedos, a adoção de  brinquedos coletivos,  entre outras sugestões.

 

A REVOLUÇÃO DO BRINCAR SEM PLÁSTICO EM 12 PASSOS

1.Promova o brincar livre na natureza – no quintal de casa, jardim, praças ou parques públicos

2.Incentive as crianças na criação de seus próprios brinquedos, como faziam nossos antepassados, utilizando elementos naturais: gravetos, sementes, folhas, pedras. Vale também papelões, rolhas, tecidos, revistas e jornais, reutilize esses materiais

3.Opte por outros materiais ao adquirir brinquedos novos para as crianças, como os brinquedos artesanais, educativos,  – brinquedos de madeira de reflorestamento, de feltros, bonecas de pano, etc

4.Reduza os brinquedos plásticos deixando disponíveis apenas aqueles com os quais a criança brinca com maior frequência, os seus favoritos

5.Dê um novo destino aos brinquedos mais velhos ou aqueles com os quais a criança não brinca mais, doando-os para instituições. Isso prolongará a vida útil do brinquedo, evitando o descarte

6.Faça os brinquedos circularem entre as crianças organizando feiras de trocas

7.Incentive o empréstimo de brinquedos entre amigos da escola, vizinhança e familiares

8.Adote a prática do brinquedo coletivo entre irmãos e primos, valorizando o acesso em detrimento da posse

9.Leve os brinquedos quebrados aos hospitais de brinquedos para serem recuperados

10.Descarte adequadamente os brinquedos que não têm mais conserto e/ou cobre dos fabricantes a logística reversa

11.Comunique sua família e amigos sobre a sua decisão de reduzir o uso de brinquedos de plástico para obter apoio.

12.Compartilhe fotos, vídeos e dicas de brinquedos feitos de outros materiais em suas redes sociais usando #brincarsemplastico para atrair mais adeptos.

 

Este é sem dúvida um grande desafio para as famílias e para as escolas. Sabemos que não eliminaremos o plástico de nossas vidas totalmente, mas podemos refletir sobre seu uso, nossas escolhas e o consumo de maneira ética.

Precisamos nos unir por um mundo com menos lixo, por infâncias desplastificadas  e crianças com mais saúde. Adote o #brincarsemplastico em sua casa e em sua escola.

CONVITE ESPECIAL: Cadastre-se para receber nossa newsletter e baixar gratuitamente o e-book  ‘Brincando com os 4 elementos da natureza’. Conheça as demais publicações ‘A Turma da Floresta uma brincadeira puxa outra’ e ‘Livro do Educador brincando com a natureza’.  Acompanhe o Educando Tudo Muda pelo Instagram @educandotudomuda

Abraço afetuoso e saúde

Ana Lúcia Machado