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Playoutside

BRINCAR NA NATUREZA – PROJETO PLAYOUTSIDE

Conheça o projeto Playoutside – alegria de brincar na natureza, um movimento que busca transformar o cenário atual da infância.

Ao longo dos anos, com a crescente urbanização do ser humano, espaço e tempo diminuíram. Valores da sociedade de consumo tomaram conta do tempo e lugar do brincar no universo da criança.

Muitos fatores tem sido apontados como sabotadores do tempo do brincar livre da criança. Entre eles, podemos destacar o uso precoce e excessivo da tecnologia. Especialistas da área da saúde tem alertado quanto aos  prejuízos ao desenvolvimento infantil saudável e enumerado o que tais excessos podem acarretar:

dificuldade de concentração, má qualidade do sono, sedentarismo, problemas de saúde mental, atraso de aprendizagem, entre outros distúrbios

Hoje com menos de 3 anos de idade, as crianças já sabem usar smartphones e  tablets.  jogar games, mas poucas sabem amarrar os cadarços do tênis, pular cordas, subir em árvores, etc.

Estatísticas mostram que 80% da população brasileira vivem em cidades e que a criança urbana passa 90% do seu tempo em locais fechados, dentro de casa, em frente da televisão, jogando vídeo games, ou nas escolas dentro de salas de aula. Quando saem com os pais vão ao shopping, restaurante ou cinema.

Playoutside - alegria de brincar na natureza

As crianças brasileiras, segundo dados do relatório Children & Nature Network, estão entre aquelas que têm menos contato com a natureza. Doenças que passaram a ser comuns entre as crianças nos dias de hoje, tais como transtorno de hiperatividade, déficit de atenção, depressão, pressão alta e diabetes, estão de alguma forma relacionadas  com a falta de contato com a natureza.

Um movimento mundial de retorno à natureza está se espalhando pelo mundo. Este movimento visa reconectar as crianças a ambientes abertos, ao ar livre. Um novo termo tem sido usado por pediatras, psicólogos, educadores. Trata-se da expressão “Transtorno do Déficit de Natureza”, que é a falta de contato do ser humano com a natureza.  Uma pesquisa recente mostrou que 40% das crianças brasileiras passam uma hora ou menos ao ar livre. Um número inexpressivo.

O QUE A FALTA DO BRINCAR NA NATUREZA SOMADO AO STRESS DA VIDA URBANA PODE CAUSAR?

-obesidade infantil, associada a maus hábitos alimentares

-musculatura fraca, pela falta de atividade física

-falta de equilíbrio, pelo predomínio de pisos lisos, cimentados que oferecem pouca oportunidade de instabilidade na movimentação corporal

-deficiência de vitamina D

-aumento de incidência de miopia

-menor uso dos sentidos

-ansiedade

A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. Através do olhar estabelecemos contato com a exuberância e beleza que há no mundo. A conexão com a natureza gera alegria e reverência. Traz a consciência de pertencimento, de que estamos ligados ao todo. Homem e natureza – uma coisa só.

Playoutside - alegria de brincar na natureza

A natureza deve ser a 1ª leitura de mundo da criança. Além de aprendizado por si só, ela é também premissa para o desenvolvimento infantil integral e saudável. Infância e natureza estão intimamente ligadas.

A criança tem um espírito exploratório. Brincando e descobrindo o mundo natural, ela também está aprendendo. Este aprendizado se dá de uma forma tão descontraída e prazerosa, que nem parece aprendizado. A natureza promove equilíbrio interno, autorregulador na criança. É um contato muito produtivo, pacificador, restaurador para ela.

Em recente livro publicado no Brasil, “A última criança na natureza”,  Richard Louv fala de um estudo realizado pela Universidade de Illinois que mostrou redução dos transtornos de ansiedade entre crianças de 7 à 13 anos após o aumento de tempo em contato com a natureza. Outro estudo feito em Massachussets em escolas, constatou que alunos tiveram aumento de desempenho e resultados satisfatórios depois de ficarem mais tempo ao ar livre.

CONHEÇA TAMBÉM O LIVRO A TURMA DA FLORESTA – UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA QUE ACABA DE SER LANÇADO

Os benefícios da natureza já estão comprovados. Uma pesquisa feita com estabelecimentos de educação infantil no Canadá mostrou que parques com áreas verdes nas escolas estimulam um brincar que envolve mais atividade física em comparação às áreas de lazer sem natureza.

PLAYOUTSIDE 27 DE NOVEMBRO

Mais tempo ao ar livre regula hormônios, reduz a agressividade, hiperatividade e obesidade. Sucesso vem sendo obtido no tratamento de transtorno de déficit de atenção, depressão, e até mesmo quadros alérgicos, pois o contato com os antígenos naturais no campo ou na praia fortalece o organismo. Além disso, aumenta a capacidade cognitiva, e as crianças ficam mais focadas e criativas.

Devemos criar oportunidades frequentes para as crianças brincarem ao ar livre. Foi pensando neste cenário de carência de natureza na vida das crianças, que desenvolvemos o projeto “PLAYOUTSIDE – ALEGRIA DE BRINCAR NA NATUREZA”.

Playoutside - alegria de brincar na natureza

Promovemos encontros em parques públicos com o objetivo de reconectar as crianças e seus familiares a natureza e estimular o brincar  da criança. Convidamos os pais a desfrutar um tempo de qualidade com seus filhos, deixando de lado as preocupações e as demandas do mundo digital, para se entregar a atividades lúdicas na companhia das crianças.

Um passeio na mata, uma caminhada no parque, praça ou jardim, num lugar bonito com pássaros, árvores, plantas, flores, terra úmida e insetos, aguça a curiosidade infantil. Cheiros novos, sons de pássaros, do vento, das folhas secas. Formas diferentes de folhas, cores variadas de flores. Observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a natureza curiosa e exploratória da criança. Andar na lama, na chuva. Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher frutos, pegar pedras. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, dar asas à imaginação. Tudo isso são possibilidades encantadoras de brincar com a natureza e que procuramos estimular nos nossos encontros.

Leia depoimento de uma mãe participante do Playoutside:

“Eu e minha filha de 4 anos participamos da primeira edição do Playoutside. Foi muito importante para nós participarmos desta iniciativa  pois pudemos desfrutar dos benefícios de brincar juntas explorando a natureza. Neste mundo que anda tão corrido não paramos para desfrutar de coisas simples e as crianças estão sendo levadas por essa onda, suas agendas estão cheias e elas não tem tempo de fazer o que é próprio da infância “brincar”. No Playoutside a Bia pode brincar explorando a natureza tendo seus sentidos estimulados e podendo canalizar toda a sua energia em descobrir coisas novas, além de fortalecer nossos laços afetivos.” (Roberta Fernandes)

Saiba mais assistindo ao vídeo e acessando nossa agenda AQUI.

Inscreva-se e seja muito bem vindo ao Playoutside, você e sua família.

Abraços

Ana Lúcia Machado

 

 

Playoutside, alegria de brincar na natureza

Um movimento mundial de retorno à natureza está se espalhando pelo mundo. Playoutside – alegria de brincar na natureza tem como objetivo transformar o cenário atual da infância.

As crianças brasileiras, segundos dados do relatório Children & Nature Network, estão entre as que tem menos contato com a natureza. Um dado alarmante, uma vez que transtorno de hiper atividade, déficit de atenção, depressão, pressão alta e diabetes, doenças comuns nos dias de hoje entre as crianças, estão diretamente relacionados com a falta de natureza. O desenvolvimento infantil saudável está ligado a este espaço mais amplo, está ligado a reconexão com a natureza.

A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. Através do olhar estabelecemos contato com a exuberância e beleza que há no mundo. A conexão com a natureza gera alegria e reverência, nos traz a consciência de pertencimento, de que estamos ligados ao todo. Homem e natureza – uma coisa só.

A natureza deve ser a 1ª leitura de mundo da criança. Além de aprendizado por si só, ela é também premissa para o desenvolvimento infantil saudável. Infância e a natureza estão intimamente ligadas.

Promovemos encontros em parques da cidade com o intuito de incentivar as crianças a brincar livre na natureza com seu familiares. Este é um trabalho de sensibilização que busca despertar os participantes sobre os benefícios da relação com o mundo natural para o desenvolvimento infantil.

SAIBA MAIS ASSISTINDO AO VÍDEO AQUI.

playoutside-27-de-novembro-10

Indicado para crianças de 2 à 9 anos acompanhada de familiares

Programação:

1º momento: caminhada, caça aos tesouros da natureza e brincar livre

2º momento: vivência artística, brincadeira com elementos da natureza

Duração de aproximadamente 2 horas

 

Próximo encontro:  

Em breve divulgaremos a data do próximo encontro

 

Leia depoimentos de participantes:

“Muito obrigada pela oportunidade de podermos proporcionar à nossa filha e a nós, um encontro tão bacana com a natureza como aconteceu no último domingo. Tenho certeza de que nos fez um bem enorme. Obrigada também por compartilhar o registro desse dia e o artigo. Na parte final do artigo, uma frase me chamou atenção e me fez refletir bastante, quando você diz que nossa geração é a última que não nasceu sob grande influência da tecnologia. E nesse sentido somos responsáveis por mostrar o mundo natural às gerações posteriores, uma grande verdade. Espero poder nos encontrarmos em outras oportunidades. Já estou seguindo a página no Instagram para acompanhar o trabalho de vocês.”  – Camila Hubner Barcellos

“Eu e minha filha de 4 anos participamos da primeira edição do Playoutside. Foi muito importante para nós participarmos desta iniciativa  pois pudemos desfrutar dos benefícios de brincar juntas explorando a natureza. Neste mundo que anda tão corrido não paramos para desfrutar de coisas simples e as crianças estão sendo levadas por essa onda, suas agendas estão cheias e elas não tem tempo de fazer o que é próprio da infância “brincar”. No Playoutside a Bia pode brincar explorando a natureza tendo seus sentidos estimulados e podendo canalizar toda a sua energia em descobrir coisas novas, além de fortalecer nossos laços afetivos.”  – Roberta Fernandes

Cadastra-se no site e baixe e-book gratuitamente BRINCANDO COM OS 4 ELEMENTOS DA NATUREZA

“A criança mais rica do mundo é aquela que brinca com o universo, com a natureza.”

Dicas para brincar na primavera com as crianças em contato com a natureza

Confira as dicas para brincar na primavera com as crianças em contato com a natureza. É Primavera! Vamos brincar na natureza com as crianças? Vamos festejar a primavera?

Depois de meses de adormecimento da terra, a luz do sol começa a se intensificar, os dias se tornam mais longos. É a natureza que volta a despertar. É a primavera que chega no hemisfério sul.

Sabemos que as mudanças das estações do ano produzem efeitos em cada um de nós, interferem no nosso humor, no sono, apetite, ânimo e até mesmo na disposição ao aprendizado. Perceber as sutilezas dessas mudanças e como cada estação repercute dentro de nós, é uma maneira de nos conectarmos com nossa essência – a natureza que está fora se comunica com o que está dentro. Observar e sentir essas mudanças traz a consciência de que somos também natureza.

“Observe profundamente a natureza e você vai entender tudo melhor” – Albert Einstein

O que a primavera traz de diferente? É tempo de renovação, de reflorescimento. Nos galhos secos, novos brotos começam a despontar e florescer. As paisagens ficam mais coloridas, alegres, e cheias de vida com a floração de diversas espécies. Cada planta, cada flor reafirma a força da natureza em suas manifestações de exuberância, beleza e de luminosidade crescente. Os pássaros cantam, os insetos e animais polinizadores entram em plena atividade.

Nós saímos da cama pela manhã com mais facilidade e mais dispostos. Nos sentimos com mais energia! As crianças agem como se também despertassem do sono do inverno. Elas desejam correr ao ar livre.  Animadas interagem umas com as outras em brincadeiras vigorosas. A nova estação, cheia de cores e aromas, é um convite ao movimento, às cantigas de roda, ao brincar com as flores e folhas!

Um dos aspectos do brincar vivo, que venho apresentando nas formações de professores da educação infantil que tenho ministrado, é este caráter sazonal. As crianças que brincam em ambientes naturais, ao ar livre, revelam prontamente em suas brincadeiras o pulsar da natureza nas qualidades peculiares de cada estação.

Podemos observar nas expressões, nos gestos e movimentos das crianças, a mudança da estação que se aproxima. Como nos ensina a mestra Maria Amélia Pereira, a Péo, os corpos infantis, conhecedores desta intimidade com a terra, comungam com ela em seus ciclos.

BRINCAR NA PRIMAVERA

Selecionei aqui algumas atividades lúdicas para viver momentos de alegria e encantamento com as crianças. Experimente brincar na primavera em contato com a natureza!

Vamos começar recolhendo com as crianças flores e folhas de diferentes formatos e cores, no jardim, praça ou parque. O que podemos fazer com essa coleta?

MANDALA

Acervo Educando Tudo Muda

Encontre um local plano adequado para dispor os materiais coletados.  Escolha um dos elementos coletados como ponto central, e a partir dele distribua os demais materiais ao redor do ponto inicial de forma circular, harmônica, combinada e equidistantes do centro.

GUIRLANDA

Vamos enfeitar a casa com flores?

Comece pela base: um círculo de cipó que você mesmo poderá trançar se encontrar na natureza. Esse círculo é o que dará a estrutura para a guirlanda.  Essa base também poderá ser adquirida em lojas especializadas em fibras naturais: rattan, vime, etc. Este círculo deverá ser recoberto com as folhas e flores coletadas.

PULSEIRA OU BRACELETE

Vamos nos adornar de natureza?

Meça o pulso da criança ou o braço na altura que deseja usar o acessório. Corte uma tira de papelão ou papel cartão usando a medida do comprimento aferida com aproximadamente 3 cm de largura. Forme um círculo e passe fita dupla face em toda a circunferência. Fixe as flores e folhas sobre a fita adesiva.

COROA DE CABEÇA

Acervo Semente Jardim Waldorf SC

A mesma base também será necessária para a coroa de cabeça, mas neste caso o material poderá ser mais leve, como a corda de sisal, o cipó trançado, ou até mesmo arame, (neste caso muito cuidado para não deixar as pontas expostas). Meça a circunferência da cabeça da criança para cortar a corda no tamanho certo. Por segurança, corte com uma margem extra. Com a base pronta, é hora de colocar as flores e folhagens que serão presas à estrutura da coroa. 

Na pedagogia Waldorf existe a tradicional Festa da Primavera, onde toda a comunidade escolar se reúne para comemorar a chegada da estação com canções e histórias primaveris, enfeitando as crianças com coroas de flores.

Criar rituais de celebração à cada nova estação é muito importante para o desenvolvimento infantil, é uma maneira de internalizar os ciclos da natureza, seus ritmos, repetições, e sua ordem. Isto traz para a vida das crianças confiança, segurança e serenidade.

Além disso, vivenciar as estações do ano é fundamental para a criação de vínculo com a terra. Não podemos nos esquecer que nós adultos somos os responsáveis por investir na formação de um reservatório de experiências vivas e reais para a vida das crianças, por apresentar a elas um mundo bom, belo e verdadeiro e assim garantir a formação de uma nova geração de guardiões da natureza.

Quer outras dicas de brincadeiras com elementos naturais? Confira AQUI!

E se você mora na cidade de São Paulo, venha celebrar a chegada da primavera no encontro do Playoutside alegria de brincar na natureza no dia 24/09 no Parque Severo Gomes. Veja os detalhes e faça sua inscrição.

Excelente começo de primavera!

Abraços

Ana Lúcia Machado

CRIANÇA E NATUREZA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

criança-e-natureza

Aqui  falo tudo o que você precisa saber sobre a relação criança e natureza respondendo  9 perguntas recorrentes feitas por mães, pais e educadores.

Ao longo da minha jornada com o Educando Tudo Muda  defendendo o brincar com e na natureza,  seja em contato com os pais nos encontros do Playoutside, seja nos cursos de formação de educadores, ou  nos workshops do livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’, tenho respondido muitas perguntas a cerca da relação da criança com o mundo natural e os benefícios que isto acarreta ao desenvolvimento infantil.

Reuni as perguntas mais frequentes neste artigo com o intuito de reforçar a importância de construirmos um reservatório de experiências vivas e reais na primeira infância, estimulando a apreciação e respeito pela natureza e todos os seres viventes, de forma a  impregnar o  corpo e alma da criança e garantir além do seu  desenvolvimento saudável,  atitudes pró ambientais na vida adulta.

Na natureza temos um dos estímulos mais ricos e completos que propiciam aprendizados sobre a matriz natural,  e levam a criança a  compreender sobre si mesma, o outro, seu meio e suas relações.

 

CRIANÇA E NATUREZA – TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER

TIRE SUAS DÚVIDAS

9 perguntas sobre a relação criança e natureza

 

criança-e-natureza1.QUAL A IMPORTÂNCIA DE BRINCAR AO AR LIVRE, COM A NATUREZA?

Brincar em contato com a natureza é fundamental para o desenvolvimento integral infantil. A natureza em si potencializa o desenvolvimento nos âmbitos biopsicossocial e espiritual.

Ela é o espaço de pertencimento da criança, de suas raízes com a Terra.  A partir da relação com o mundo natural,  um mundo que exala aromas, floresce, frutifica, emite sons nativos, e tem sabores diversos, por meio do próprio corpo e sentidos, a criança apreende os princípios que regem a vida na Terra – seus ciclos de nascimento e morte,  fluxos, processos dinâmicos, e aprende brincando, na linguagem da infância.

Além disso, essa relação promove o sentimento de ligação  e interdependência entre os seres viventes. Daí  advém a atitude ética do cuidado com o meio ambiente. Pouco podemos esperar de um adulto que não teve contato com a natureza na infância em termos de consciência de preservação ambiental, pois só cuidamos e amamos aquilo que conhecemos, com o qual temos algum vínculo de afeto.

 

2.QUAIS OS BENEFÍCIOS, PARA A SAÚDE FÍSICA E MENTAL DA CRIANÇA, DE BRINCAR NA NATUREZA? 

O afastamento do mundo natural tem gerado  problemas físicos e mentais e para compensar os efeitos negativos dos hábitos urbanos e da invasão tecnológica que tomou conta da vida de todos nós, inclusive das crianças, é preciso  doses frequentes de natureza.

Sob o ponto de vista físico é importante ressaltar que os primeiros anos do ser humano correspondem ao ciclo do movimento. A criança tem atividade motora intensa  e por este motivo necessita de experiências diárias de expansão e atividades corporais livres e espontâneas. Os verbos de ação desta etapa de desenvolvimento são: correr, pular, saltar, rolar, escorregar, girar, subir, descer, escalar,  trepar, etc, e não os verbos assistir, teclar, sentar, escrever e ler.

As crianças precisam de  espaços abertos, amplos, em terrenos irregulares e diversificados  –  de terra, grama, pedrinhas, que possuam elevações e declives, favorecendo assim diferentes estímulos sensoriais. Esses estímulos contribuem para a estruturação do sistema muscular infantil e seu desenvolvimento motor,  gerando destreza corporal e domínio espacial. A musculatura dos pés e pernas são fortalecidas ao deixarmos  a criança andar de pés  descalços, promovendo desenvoltura no andar, correr e saltar.

A relação criança e natureza propicia um gasto maior de energia, o que auxilia na prevenção da obesidade, no alívio de tensões, e na qualidade do sono que está diretamente ligada ao crescimento infantil.

Ao ar livre, em exposição aos raios solares, prevenimos a deficiência de vitamina D, que além de importante para o desenvolvimento dos ossos,  potencializa e regula o sistema imunológico.

Em ambientes naturais, a criança inevitavelmente será levada à alternância de foco – ora fixará o olhar naquilo que está próximo à ela, ora seu olhar estará direcionado para objetos ao longe, permitindo que os olhos sigam uma linha vertical, horizontal e de profundidade, impedindo o encurtamento dos músculos oculares, e consequente miopia.

Ao brincar em contato com a natureza, estamos prevenindo o surgimento de  alergias e fortalecendo o sistema imunológico, uma vez que a criança fica exposta  à uma  série de bactérias e micro-organismos.

A natureza oferece momentos de liberdade e relaxamento. Isto impacta de maneira positiva o estado mental das crianças e reduz sintomas de estresse e ansiedade que hoje tem acometido a infância também.

criança-e-naturezaOutro valioso benefício  é  o amadurecimento psicológico  da criança. Brincando em ambientes naturais a  criança fica exposta à situações imprevisíveis  e desafiadoras. Isto possibilita importantes aprendizados, tais como saber correr riscos e medi-los. Entendendo que riscos  são aqueles cujas consequências são baixas e aceitáveis, em comparação aos ganhos que propiciam às crianças. Tudo isso contribui para o bem-estar mental dos pequenos, promovendo equilíbrio interno, autonomia, e resiliência.

Brincar ao ar livre pressupõe interações presenciais,  convívio social, desenvolvimento de relações humanas, formação de vínculos afetivos, que vão estruturando aos poucos a psique infantil, gerando autoconfiança.

Várias pesquisas relacionam as vivências na natureza com a diminuição dos sintomas de hiperatividade e déficit de atenção, como os trabalhos produzidos pelo Laboratório de Pesquisa de Humanos e Ambiente da Universidade de Illinois que descobriram que espaços ao ar livre estimulam brincadeiras criativas, melhoram a interação positiva com adultos, e melhoram o foco e a concentração das crianças.

 

3.QUAIS AS ATIVIDADES E BRINCADEIRAS PAIS, MÃES E CUIDADORES PODEM PROPOR PARA AS CRIANÇAS BRINCAREM NA NATUREZA E COM A NATUREZA?

A OMS diz que, entre 1 e 4 anos de idade, é preciso se movimentar por pelo menos 3 horas ao dia – engatinhando andando, balançando, pulando, etc. Já entre 3 e 4 anos, das 3 horas de movimento, espera-se que 1 hora deva ser de atividades intensas, que façam transpirar e acelerar a frequência cardio-respiratória, como  a brincadeira de pega-pega, esconde-esconde.

Toda criança é um pequeno cientista. Sendo assim, uma caminhada por um parque ou praça,  propicia um mundo de brincadeiras naturais: observar formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens, diversos seres vivos fascinantes para a essência curiosa e exploratória da criança.

Acompanhar borboletas, subir em árvores, correr entre elas ou se esconder, colher folhas, flores, sementes, pegar pedras. Com esses achados e coletas de materiais orgânicos,  galhos viram espadas ou varinhas de condão nas mãos das crianças. Folhas e flores ora podem ser decoração de um lindo bolo, ora adorno de uma coroa na cabeça. Construir brinquedos e composições artísticas com objetos da natureza, é algo muito divertido para as crianças.

criança-e-naturezaO livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’  é uma história inspiradora de conexão com a natureza e fala exatamente sobre o encantamento dessas brincadeiras e a mágica dos brinquedos naturais, que sem forma estruturada e função definida, permitem infinitas possibilidades, algo sempre diferente e novo. A história da Turma da Floresta é um exemplo de como a natureza tem o poder de instigar a capacidade imaginativa infantil e permitir às crianças inventar e criar  brinquedos de acordo com o enredo de suas brincadeiras.

LEIA MAIS: O LIVRO

Na contra mão dos brinquedos industrializados que ditam as regras das  brincadeiras, brincar em contato com a natureza dá às crianças  liberdade, possibilita o exercício da imaginação e estimula a criatividade entre elas, tornando-as protagonistas das brincadeiras.

Será pouco provável que na fase adulta uma pessoa se lembre dos brinquedos industrializados que ganhou. Mas sem dúvida, não se esquecerá da pipa colorida rasgando o céu azul,  da força do vento na  linha do carretel em suas mãos e do adulto cuidador ao seu lado ensinando as manobras necessárias para a pipa voar longe.

Quando pensamos em estimular o brincar da criança em contato com a natureza devemos partir do simples, do que está perto, acessível, do pequeno. Lembrar do que brincávamos na nossa infância e propor tais brincadeiras é sempre positivo, essas lembranças são carregadas de afetividade e criam um ambiente de muita energia.

 

4.QUAL FREQUÊNCIA RECOMENDADA PARA QUE AS CRIANÇAS TENHAM ESSE CONTATO?

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que a criança brinque ao ar livre pelo menos meia hora ao dia.

 

5.EXISTE ALGUMA RESTRIÇÃO DE IDADE PARA OS PEQUENOS BRINCAREM NA NATUREZA?

Nenhuma. O que deve existir é o bom senso e os cuidados básicos. Em relação a um bebê, é aconselhável  deitá-lo sobre  uma toalha ou canga, usar um mosqueteiro, proteger do sol, oferecer líquidos para hidratação, etc.

 

6.EXISTE UMA RELAÇÃO ENTRE O CONTATO COM A NATUREZA E A ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS?

Uma está diretamente ligada à outra. Crianças que brincam mais tempo na natureza adquirem maior consciência sobre a alimentação. Este é resultado de um estudo de 2008 da Health Education Research.

criança e naturezaA relação criança e natureza começa  pela boca, por meio de uma alimentação saudável. Mudar  alguns hábitos familiares pode fazer toda  diferença como preparar as refeições junto com as crianças. Chame-as  para ajudar a  descascar, lavar, misturar, amassar  e sentir o delicioso aroma dos temperos enquanto a comida está no fogo. A cozinha é lugar de encantamento, de memórias afetivas e de riqueza de estímulos sensoriais – as formas e texturas, as cores dos alimentos, os aromas e sabores.

Outra dica é substituir  as idas ao supermercado com as crianças nos fins de semana pelas compras em feiras livres. Ali as crianças aprenderão de forma divertida, com a simpatia dos feirantes, os nomes das frutas e legumes e experimentarão alimentos que em casa recusam dizendo não gostar sem nunca ter provado.

 

7.QUAL A RECOMENDAÇÃO PARA PAIS E MÃES QUE NÃO TEM A OPORTUNIDADE DE CRIAR SEUS FILHOS EM LOCAIS CERCADO POR NATUREZA?

Quem  não tem a oportunidade de morar próximo de lugares ricos em natureza, pode ter o cuidado de cultivar alguns vasos de plantas em casa,  e atribuir a criança a responsabilidade de cuidar, regando, mexendo na terra. Pode cultivar temperos no beiral da janela da cozinha para usar na culinária.

Pode também prestar atenção nos trajetos que faz com a criança até a escola, e procurar onde há verde. Descer um ponto antes da escola e caminhar observando as árvores do caminho. O mesmo se estiver de carro, estacionar um quarteirão antes e caminhar com a criança até a escola atentos à natureza ao redor. E nos fins de semana priorizar passeios em parques, praças, ambientes naturais  mais verdes, amplos.

Estar ao ar livre em contato com a natureza é uma experiência de liberdade. A amplitude do  espaço num parque por exemplo, permite a visão  do céu aberto, das altas copas das árvores. É a oportunidade de sentir-se livre. Tudo isso traz  a vivência de expansão da alma e elevação do espírito.

 

8.COMO ESTIMULAR O CONTATO COM A NATUREZA EM UM MUNDO MEDIADO PELAS TECNOLOGIAS?

Um dos vilões que afetam a saúde da infância nos dias de hoje é o acesso precoce e abusivo dos dispositivos digitais pelas crianças. A  transferência de responsabilidades em relação aos cuidados e atenção que a criança exige tem sido  entregues pelos pais aos meios digitais. Crianças têm recebido cada vez mais a atenção de TVs, jogos, smartphones, tablets, etc.

A Dra. Julieta Jerusalinsky, psicanalista infantil,  alerta sobre os perigos que ameaçam a criança pelo uso de forma inadvertida desses dispositivos, e ressalta a importância da qualidade da experiência interativa presencial nos anos iniciais de vida para a estruturação psíquica da criança.

Entre os perigos citados por ela estão:  a ausência psíquica dos pais – de corpo presente mas ausentes psiquicamente em relação aos filhos;  a linguagem fragmentada, fria e de isolamento produzida por esses aparelhos, que emitem sequências sonoras mas não estabelecem uma conversa com a criança;  e a falta de mediação dos adultos em relação as informações acessadas pelas crianças via internet – informações descontextualizadas, desprovidas das experiências vivenciadas dos adultos, sem a transmissão de valores culturais.

Não se trata de negar os benefícios das inovações tecnológicas  ou  classificá-las  como maléficas, mas de chamar a atenção para as influências  e consequências  desta revolução digital na vida dos pequenos em fase de formação, pois a predominância tecnológica na vida da criança, além do risco de ser viciante e causar dependência,  interfere  no convívio social, na qualidade dos relacionamentos e fortalecimento de vínculos afetivos, reduz  os momentos de lazer da família, e rouba o tempo do brincar, do exercício da imaginação e criatividade da criança .

Aos pais cabe a responsabilidade de estabelecer  limites seguros e coerentes de tempo de uso das telas pelas crianças e de também estimular e propiciar aos filhos momentos de brincadeiras ao ar livre.

 

criança e natureza9.QUAL PAPEL TEM A ESCOLA NA PROMOÇÃO DA RELAÇÃO CRIANÇA E NATUREZA?

A escola como elo entre a família, a cultura e a infância, tem a responsabilidade de ampliar o mundo da criança e oportunizar para ela o que está faltando na sociedade.

As escolas estão sendo desafiadas a romper com o velho modelo de sala de aula entre quatro paredes com carteiras enfileiradas, e despertar para o potencial educador da natureza, reconhecendo outros territórios educativos como ambientes de aprendizagem  e brincar livre.

Hoje as crianças passam a maior parte do dia dentro das instituições educacionais, desta forma é tarefa da escola garantir espaços e atividades que promovam o equilíbrio emocional dos alunos.

Devemos nos conscientizar de que tanto a escola quanto a família desempenham um papel fundamental no  estabelecimento e incentivo da conexão das novas gerações  com a natureza, e este trabalho está ancorado na liberdade do viver natural e lúdico nos primeiros anos de vida da criança.

Então, o que estamos esperando para investir nesta relação tão saudável para a criança?

Se você tem uma pergunta sobre criança e natureza envie para ana@educandotudomuda.com.br Ficarei feliz em responder sua pergunta.

Abraço caloroso

Ana Lúcia Machado

 

 

PORTFÓLIO

Natureza - casa da infância

Panorama de trabalhos realizados: cursos de formação, workshops, encontros e vivências com e na natureza. Experiências e ações de sensibilização que despertam, motivam e promovem a relação com o mundo natural.

Educando Tudo Muda atua no desenvolvimento de projetos educacionais de cuidados e valorização da infância e reconexão da criança ao mundo natural, oferecendo cursos, workshops, palestras e consultorias.

 

FORMAÇÃO A NATUREZA E O BRINCAR VIVO – Junho 2023 presencial

CEMEI Haydee Maria Pupo Novaes

 

FORMAÇÃO ‘FORA DA SALA’ – Novembro formação presencial

Guaratinguetá, SP

 

FORMAÇÃO A NATUREZA E O BRINCAR VIVO – Outubro 2022 formação presencial

CEI Corujinha

 

FORMAÇÃO A NATUREZA E O BRINCAR VIVO – Agosto 2022 formação presencial

CEI Professora Helena Novaes

PERCURSO FORMATIVO EDUCANDO TUDO MUDA – Maio 2022 formação online dentro da temática Criança e natureza e as aprendizagens ao ar livre

Cei Vila Olímpia

Cei Domingos W. Schmidt

Abril 2022 FORMAÇÃO ONLINE ‘NATUREZA, A CASA DA INFÂNCIA’ – A relação e interação direta da criança com o mundo vivo como estruturante e potencializadora do desenvolvimento infantil integral

Fundamentação teórica e práticas à cerca das interações das crianças com a natureza e do papel do Educador enquanto facilitador e potencializador dessas interações.

Cei Maria Amélia Ramos Massucci

Abril 2022 COLETIVO CRIAR E BRINCAR CENTRO DE FORMAÇÃO E PESQUISA 

FORMAÇÃO ‘FORA DA SALA  O BRINCAR E APRENDER NOS ESPAÇOS EXTERNOS’ – Reconhecendo e valorizando territórios brincantes-educativos do lado de fora

Formação presencial para escolas

EDUCAÇÃO CONTINUADA EAD – Instituto Federal Catarinense

Para graduandas do curso de Pedagogia no projeto de extensão “Brinquedoteca e ateliê pedagógico”

Instituto-Federal-Catarinenese

FORMAÇÃO ONLINE ‘NATUREZA, A CASA DA INFÂNCIA’

Depoimento de participante: “A formação “Natureza, a Casa da Infância” foi inspiradora! Trouxe reflexões sobre um novo olhar para a educação, visando a sensibilidade, a escuta, a criança como protagonista, o professor como observador ativo de um ambiente rico em experiências. Um momento rico e motivador de novas práticas! Simplesmente encantadora a temática e também a formadora! – Priscila Molina Rodrigues

ESCOLA MAGIA DO SABER – ENCONTRO VIRTUAL 

Portfólio“Por uma Educação de conexão com a vida” –  conversa aberta para corpo pedagógico e famílias.

Fortalecimento da comunidade escolar e reafirmação da confiança no projeto pedagógico da escola  –  conexão das crianças à natureza para potencializar aprendizagens vivas e perduráveis.

Reflexões significativas a cerca da mudança de paradigmas na Educação – reconhecendo outros territórios educativos além da sala de aula e a importância da interação direta das crianças com a natureza para a formação de cidadãos confiantes e atuantes no mundo,  e adultos de atitudes pró-ambientais pela sustentação planetária.

Curso de Formação ‘Natureza Casa da Infância’ –  CEI Dr. Tancredo de Almeida Neves, CEI Guilherme de Almeida

Depoimento de Professoras participantes:

Portfólio“Gostaria em primeiro lugar, de agradecer a maravilhosa formação! Foi, com certeza uma experiência ímpar, que agregou muito na minha vida profissional. Sou uma amante da natureza e hoje, tenho o privilégio de trabalhar numa escola onde a Natureza está presente, onde ela se faz presente todos os dias, para que possamos vivenciá-la, explorá-la e aprender com ela a todo momento. Estar em meio a natureza, brincar, tornar cada dia uma nova e única experiência. A fase atual em que vivemos tem nos tolhido não só da convivência com outros seres humanos, mas também da convivência com a natureza, com o que é belo e com o que é bom para nós e para nossas crianças. Espero poder aproveitar esse tempo e aprofundar minhas leituras para que eu possa estar mais capacitada a desenvolver esse espírito , que como bem colocado em sua formação, está sendo cada vez mais perdido entre nós. E que laranjas ao chão não sejam confundidas com desperdício ou bagunça, mas sim sabidas e admiradas como a linda e sábia ação da mãe natureza. Que possamos nos sujar mais de terra, plantar, colher e comer, e admirar o mundo maravilhoso que nos cerca. Tornar essas crianças, futuros protetores da natureza e, consequentemente, protetores da nossa vida no nosso planeta! Gratidão!” – Professora Verena

“A formação foi enriquecedora e me trouxe muitas possibilidades de olhares e reflexão. Principalmente, em constatar que para aguçar a relação do outro com a natureza eu preciso afinar a minha relação com a mãe terra. E esse processo é um resgate precioso, de olhar pra dentro de si, e repensar tantas coisas em relação a consumos e hábitos desnecessários que a sociedade contemporânea nos coloca como essencial quando na verdade é tão supérfluo e de ver beleza em coisas pequenas que no dia a dia nos passa tão despercebido.” – Professora Tamires

Portfólio“Quero agradecer pela formação, pois ela me trouxe muitas reflexões sobre a importância da natureza em nossas vidas quando crianças e também os seus reflexos na fase adulta. Eu sempre morei em apartamento na cidade de Campinas e apesar de ser uma cidade grande, tive poucas vivências com a Natureza. Hoje percebo a falta dessas experiências, acredito que poderia contribuir para os relacionamentos sociais, em minha comunicação, sou uma pessoa muito tímida e tenho algumas dificuldades para iniciar novas amizades; outro benefício que poderia ter adquirido é na coordenação motora, pois sempre tive vontade em aprender dança, porém, não tenho uma boa coordenação para isso.

Quando paro para lembrar das vezes em que brinquei ou tive contato com a natureza, eu recordo de um passeio que fiz com a escola na Serra do Japi e foi inesquecível. Nesse dia nós plantamos árvore na mata, fizemos trilha na água e por dentro da mata, tomamos banho de cachoeira e quando penso nesse dia vem a sensação do ar puro, fresco e agradável. De acordo com cada região desse lugar, vem uma vivência diferenciada, tudo fica mais sensível, o tato, o olfato, a audição, os sentidos ficam mais aguçados.

Foram raros esses momentos em minha vida, era acostumada a brincar com minhas irmãs e amigas dentro do próprio condomínio em que morávamos de boneca, Barbie, pega-pega, patins, entre outros, o que também não deixava de ser divertido, porém, acredito que as brincadeiras e o convívio com a natureza e imprescindível para o nosso desenvolvimento.

Creio que as experiências com a natureza, me tornaria uma pessoa diferente dos dias de hoje! Entretanto, acredito que nunca é tarde para começarmos a fazer algo novo, encontro esperança em ter novas vivências, através das minhas sobrinhas e crianças que passarão em minha vida, por meio da escola.

Obrigada por nos trazer novos pensamentos, reflexões e conhecimentos que podem impactar as nossas vidas de uma maneira diferente e agregar novos valores! – Professora Cristiane L. O. Strabello

Portfólio“As crianças estão, cada vez mais, sendo incentivadas a observar a natureza dentro e fora da escola. Nossas atividades regularmente se dão a partir da observação e coletas de elementos da natureza. Esse trabalho nos mostra como a sala de aula é pequena para o desenvolvimento infantil. O quintal da escola pode ser do tamanho do mundo.” –  Professora Angela Feliciano

1º Simpósio Internacional  Brincar, Cuidar e Educar 

Evento promovido pela Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri) e pelo Grupo de Estudo do brinquedo (GEBrinq)

Oficina Natureza Divertida – brinquedos e brincadeiras da Terra

Brincar em espaços naturais nos coloca diante do potencial lúdico da natureza. A diversidade dos elementos naturais pode ser matéria prima para a confecção de brinquedos e brincadeiras – explorar esta riqueza natural que nutre a imaginação,  estimula a criatividade e permite a criação de nossos próprios brinquedos.  Os materiais utilizados são de elementos soltos na natureza  –  do que ela nos oferece. Divertir-se  na natureza e com a natureza é a proposta desta oficina.

Workshop  ‘Turma da Floresta’ na Escola Alfa

Dia da Família com mediação de leitura e brincadeiras na EMEI Ana Rosa de Araújo

Curso de formação ‘Natureza – Casa da Infância’ na Creche Escola Quintal Mágico

Evento Dia das Crianças na Livraria Companhia Ilimitada

Oficina ‘Turma da Floresta’ na Livraria Antroposófica

Playoutside – alegria de brincar na natureza edição primavera, Parque Severo Gomes

Oficina ‘Natureza Divertida’ na Semana do Brincar na Casa de Cultura Santo Amaro

Oficina ‘Natureza Divertida’ na Semana do Brincar na Praça da Vila Buarque

Eventos de lançamento do livro ‘A Turma da Floresta – uma brincadeira puxa outra’

A EDUCAÇÃO ECOLÓGICA COMEÇA COM A EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS – CRIANÇA E NATUREZA

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos  no decorrer da infância.

Estamos diante de uma geração de analfabetos ecológicos – crianças cada vez mais afastadas do mundo natural, que desconhecem a procedência dos alimentos que levam à boca. Acham que o leite vem da embalagem Tetra Pack. Não sabem que o bifinho é a carne do boi abatido de forma violenta. Não sabem nem identificar as frutas e legumes comuns da culinária do dia a dia.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

Esta é uma geração que passa a maior parte do dia confinada em ambientes fechados, distantes da luz do sol, do contato com a natureza e que conhece o reino mineral, vegetal e animal por meio das telas de cristal líquido.

O documentário Muito além do peso de 2012, disponível na plataforma  *Videocamp,  aborda o tema da obesidade infantil  e aponta a ignorância das crianças em relação aos alimentos produzidos pela terra.  O fime mostra como as crianças confundem mamão com abacate, beringela com rabanete, e não são capazes de identificar uma abobrinha, um pimentão, uma beterraba, etc.

Entretanto ao apresentar à elas as embalagens de “alimentos” ultraprocessados, reconhecem de imediato as marcas e logo dizem o nome desses produtos, chegando ao absurdo de identificarem a batata apenas pelo pacote de salgadinho frito.

No livro Desemparedamento da infância, uma professora da Educação Infantil da cidade de Novo Hamburgo (RS), relata uma história alarmante. Ela e sua turma, por falta de área verde na escola, passaram  a frequentar um espaço arborizado da igreja vizinha à instituição educacional. Assim que começaram a desfrutar do amplo gramado repleto de árvores frutíferas, era a época final do ciclo das frutas e haviam muitas caídas de maduras pelo chão. As crianças ao verem as laranjas espalhadas pelo gramado, ficaram indignadas e perguntaram: -Quem jogou as laranjas no chão? Elas não fizeram relação entre a laranjeira e as laranjas caídas no gramado.

Será que não chegamos ao ápice da desconexão com a vida?

A educação ecológica começa com a educação dos sentidosVivemos como nunca antes um distanciamento entre homem e natureza, e consequente ruptura com processos de vida. Até 2050, segundo dados da ONU, 66% da população mundial se concentrará em centros urbanos. No Brasil este percentual já está na ordem de 84%. Um dos resultados desse êxodo rural é que vivemos como se não fizéssemos parte da natureza e como se dela não dependesse nossa sobrevivência.

 

 

LEIA TAMBÉM:

BRINCANDO COM OS QUATRO ELEMENTOS DA NATUREZA

BRINCAR NA NATUREZA – PROJETO PLAYOUTSIDE

 

EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS VERSUS EDUCAÇÃO ECOLÓGICA

A natureza é o espaço de pertencimento da criança, de suas raízes com a Terra.  A partir da relação com o mundo natural,  um mundo que exala aromas, floresce, frutifica e emite sons nativos, por meio do próprio corpo e sentidos, a criança apreende os princípios que regem a vida na Terra – seus ciclos de nascimento e morte,  fluxos, processos dinâmicos, e aprende brincando, na linguagem da infância.

Como podemos reaproximar a infância ao mundo natural? 

Estimular todos os sentidos da criança com formas primordiais, substancias vivas, e materiais orgânicos é fundamental para restabelecer esta conexão.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

Essa reaproximação pode iniciar pela boca, por meio de uma alimentação saudável. Comece substituindo as idas ao supermercado com as crianças nos fins de semana pelas compras em feiras livres. Sim aquelas  onde os feirantes anunciam aos berros os preços promocionais das baciadas de chuchus, mandioquinhas, pimentões e que gentis oferecem  generosas fatias de melancia, abacaxi, melão, para degustação. Ali as crianças aprenderão de forma divertida, com a simpatia dos feirantes, os nomes das frutas e legumes e experimentarão alimentos que em casa recusam dizendo não gostar sem nunca ter provado.

Depois troque o pedido de comida por aplicativo no sábado à noite pela ocupação da cozinha por toda a família. A cozinha é lugar de encantamento, de memórias afetivas e de riqueza de estímulos sensoriais – as formas e texturas, as cores dos alimentos, os aromas e sabores.

Convide as crianças para ajudar a preparar as refeições. Elas poderão descascar, lavar, misturar, amassar  e sentir o delicioso aroma dos temperos enquanto a comida está no fogo. Dá mais trabalho? Leva mais tempo? Sim, com certeza, mas o resultado torna compensador todo o esforço.

ONDE A VIDA PULSA E ACONTECE AO VIVO

Proporcionar e incentivar o brincar livre das crianças em áreas verdes é  também fundamental para a relação da criança com a natureza. É algo simples, acessível, custa pouco, gera alegria  e um profundo sentimento de ligação  e interdependência entre os seres viventes. Brincar na natureza em contato com os elementos é em essência criar raízes com a Terra.

Experimente levá-las ao parque e fazer uma caminhada atentos ao assobio do vento, ao canto dos pássaros. Aos poucos isso gera uma quietude que permite até ouvir a própria respiração, o ar que entra e sai dos pulmões. Que outros sons é possível escutar? Talvez o barulho dos passos das crianças ao pisar em folhas secas. Permita também que elas fiquem descalças para sentir a energia natural da terra. Que sensação tudo isso traz?

Caminhe de olhos bem abertos deixando que cada investigação das crianças, cada minúcia do percurso se transforme em assombro, em suspiros de encantamento.

Rubem Alves  disse que “o ato de ver não é coisa natural, precisa ser aprendido”. O olhar precisa ser apurado para permitir que a alma infantil registre as imagens grandiosas da vida que pulsa. Para que elas possam ir além dos limites dos matizes dos lápis do estojo escolar.

Saiba que toda criança é um pequeno cientista. O contato com a natureza propicia a observação de formigas, lagartas, minhocas, musgos, líquens – diversos seres vivos fascinantes para a essência curiosa e exploratória das crianças. Dê à elas a oportunidade de colher pelo caminho folhas, flores, sementes, galhos, pedras, e com esses achados inventar brinquedos e brincadeiras divertidas.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidosDevemos ser zelosos quanto ao mundo que apresentamos às crianças. Raffi Cavoukian, ativista da infância, fundador do Centre for Child Honouring, fala que “nenhuma tela de computador vai dar a criança uma brisa suave de verão nem o aroma da primavera, e nenhum toque que realmente emocione virá de representações artificiais do mundo.

Como experimentar a sensação refrescante de uma árvore depois de horas ao sol se não de maneira real, sentido na pele a alternância do quente para o frio?  Como apreciar  o cheiro de terra molhada se não andarmos sobre ela após a chuva? Como conhecer o aroma do eucalipto se não partirmos um galho com as mãos? Experienciar  no mundo real é primordial para uma aprendizagem positiva e verdadeira.

Daí  advém a atitude ética do cuidado com o meio ambiente. A criança em contato com o mundo natural é o potencial cuidador e preservador  da natureza porque em seu corpo haverá registros dessa interação.

A primeira infância é o período mais importante para o trabalho educativo de base.  A verdadeira educação ecológica tem início nesta etapa da vida. Dá-se por meio de experiências vivas e reais em ambientes ricos em áreas verdes.

A educação ecológica está diretamente ligada à educação dos sentidos. Acontece à luz do sol, ao contemplar do arco-íris depois de uma forte chuva de verão, no comer das frutas colhidas no pé, no alcançar o galho mais alto de uma árvore, sentindo a aspereza do seu tronco, e a lisura das suas folhas, no chapinar das poças d’água, no sentir a força do vento ao colocar no alto a pipa colorida.

A educação ecológica começa com a educação dos sentidos

Projeto Playoutside – alegria de brincar na natureza

Pouco podemos esperar de um adulto que não teve contato com a natureza na infância em termos de consciência de preservação ambiental, pois só cuidamos e amamos aquilo que conhecemos, com o qual temos algum vínculo de afeto.

Devemos nos conscientizar de que tanto a família quanto a escola desempenham um papel fundamental no  estabelecimento e incentivo da conexão das novas gerações  com a natureza.

 

 

 

Vivenciar o mundo natural de maneira lúdica e artística, é o caminho para a educação ecológica  e da formação de uma nova geração de guardiões da natureza. Todo empenho no sentido da preservação ambiental será em vão caso não se restabeleça a relação da infância com a natureza e se cultive uma existência harmônica entre todas as espécies viventes.

 

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Abraço caloroso

Ana Lúcia Machado

*É possível baixar o arquivo do filme bastando se cadastrar na plataforma e organizar sua sessão.

 

 

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EDUCANDO TUDO MUDA ESTÁ EM FESTA – 3º aniversário

A Turma da Floresta - uma brincadeira puxa outra

Educando Tudo Muda está em festa

Está completando 3 anos. Desde a primavera de 2016 desenvolvo este trabalho pela conscientização de educadores e pais sobre os grandes temas da infância com o intuito de promover mudanças nas dinâmicas familiares visando o desenvolvimento integral da criança e mudanças no âmbito da Educação Infantil defendendo o direito de brincar da criança e sua relação com a natureza.

Para comemorar esta data acabo de lançar o livro A TURMA DA FLORESTA – UMA BRINCADEIRA PUXA OUTRA. O livro conta a história de um grupo de crianças que se reúne num parque do bairro para brincar. No decorrer da tarde inventam muitas brincadeiras com o que a própria natureza oferece. João é o primeiro a chegar no parque numa tarde fria de outono. Enquanto espera a Turma da Floresta, caminha pela mata até que tropeça num graveto. O menino apanha o graveto do chão e assim tem início uma tarde cheia de aventuras e brincadeiras.

Educando Tudo Muda

 

A história foi inspirada nas crianças participantes dos encontros do ‘Playoutside – Alegria de Brincar na Natureza’, evento que acontece periodicamente em parques da cidade de São Paulo visando incentivar as famílias a ocupar os espaços públicos e interagir com seus filhos em contato com a natureza.

Acesse  AQUI para participar do próximo encontro.

 

 

A Turma da Floresta chega num momento em que estamos buscando soluções para reverter o afastamento das crianças do mundo natural e pensando em cidades mais amigáveis à elas. Vem para contribuir com o movimento de reconexão e incentivar as explorações e descobertas na natureza pelas crianças.

Meu desejo é que essa história alcance as crianças de todos os cantos do Brasil e que inspire a reaproximação da infância à natureza.

 

A TURMA DA FLORESTA PELO BRASIL

A Turma da Floresta tem viajado para diferentes lugares todos os dias. Já chegou na Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, várias cidades do interior de São Paulo e muitos bairros da capital.

QUER SER DA NOSSA TURMA?

O livro está à venda no site Educando Tudo Muda com promoção de frete gratuito* para qualquer localidade do Brasil.

Para comprar clique AQUI.

Educando Tudo MudaVocê também encontra o livro na Livraria Antroposófica – Rua da Fraternidade, 180  em Santo Amaro, na capital paulista.

No dia 28 de setembro – 14h, acontecerá o lançamento na Livraria PanaPaná, especializada em literatura infantil. Estarei lá contando a história dessa turma e brincando com as crianças –  Rua Leandro Dupret, 396 Vila Clementino.

E dia 1º de outubro – 14h, vou participar do programa “Era uma vez”, da Rádio Mega Brasil Online, apresentado por Celina Bodenmüller e Fabiana Prando, para falar sobre a Turma da Floresta.

Para ouvir e ver, basta acessar o canal:

Mega Brasil Comunicação

 

Não fazemos nada sozinhos, não é mesmo?Todo fazer humano é resultado do trabalho de muitas mãos.

Educando Tudo MudaNeste caso, tive a parceria do Daniel Salvetti, que fez as ilustrações. Daniel foi aluno  desde sempre em escolas de pedagogia Waldorf, fez graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Desenvolvimento Internacional e Emergências Humanitárias. É sua estréia como ilustrador.

“Sempre tive paixão por artes e um encantamento por livros infantis, principalmente aqueles que falam algo verdadeiro de forma lúdica, sincera e bonita”.

O projeto gráfico tem assinatura da Debora Barbieri do Coletivo BabaYaga. A Debora é Graduada em comunicação social,Pós-graduada em design gráfico e Mestranda em Literatura e Crítica Literária na área de Literatura Infantil.

 

 

Educando Tudo Muda já percorreu muita estrada nestes 3 anos de existência, e muita coisa nova está por vir. Neste momento estou preparando um curso online sobre o tema Criança e Natureza que será lançado até dezembro.  O curso visa formar facilitadores da conexão das crianças com a natureza.

Você trabalha com crianças, tem filhos, sobrinhos, netos? Sente a necessidade de promover a reaproximação da criança à natureza? Se sim, quero te convidar para participar de uma pesquisa para identificar as dificuldades e necessidades dos educadores, pais, e todas as pessoas que tenham uma ligação afetiva com a infância, no tocante a este tema. A pesquisa ajudará na criação do curso.

Participe, colabore no desenvolvimento do curso e ajude nossas crianças! Compartilhe e convide outros educadores, pais, avós, tios para participar também. Clique em PESQUISA, abaixo, para responder o questionário. Conto com seu apoio.

PESQUISA

 

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Abraço carinhoso

Ana Lúcia Machado

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